Este Blog surgiu para compartilharmos os ensinamentos do Yoga e os pensamentos dos Mestres do Yoga Integral. "O Yoga Integral de Sri Aurobindo", porque, como ele dizia,"Toda vida é Yoga"-"Este Yoga significa não somente a realização de Deus, mas uma completa consagração e mudança das vidas interior e exterior, até que estejam preparadas para manifestar uma consciência divina e tornar-se parte do trabalho divino." (Sementes Divinas Sri Aurobindo)
domingo, 19 de julho de 2009
Mestres
DATAS IMPORTANTES:
No dia 21 de fevereiro de 1878, nasce em Paris Mirra Alfassa-A MÃE
No dia 17 de novembro de 1973, a Mãe deixa seu corpo - Mahasamadhi
No dia 15 de agosto de 1872 nasceu Sri Aurobindo
No dia 5 de dezembro de 1950, Sri Aurobindo deixou seu corpo - Mahasamadhi
SRI AUROBINDO
No dia 15 de agosto de 1872 nasceu Sri Aurobindo, filho do médico Dr. Krishna Dhan Ghose. Sua vida teve início em Calcutá, Índia. Sete anos depois, ele partiu para a Inglaterra com os seus dois irmãos mais velhos e foi educado na família do pastor Drewett.
A partir daí, Sri Aurobindo dedicou-se ao aprendizado de várias línguas modernas, história, literatura da Europa e começou a escrever poemas. Passados alguns anos, ele e seus irmãos separaram-se da família Drewett e este foi um período de grandes provações materiais, como relatou: “A minha vida toda foi uma luta com duras realidades, desde as privações e fome na Inglaterra. Foi um tempo de piores sofrimentos e da maior miséria. Minha vida foi uma batalha desde os primeiros anos e é ainda uma batalha”.
Apesar das adversidades, Sri Aurobindo concluiu os seus estudos e tornou-se diplomado, entretanto seus vínculos maiores eram com movimentos estudantis nacionalistas indianos e com a poesia.
Em 1893, ele retornou à Índia e descreveu assim sua nova realidade: “Desde que eu pisei no solo indiano, no porto... Em Bombaim, comecei a ter experiências espirituais (...).” Sua ocupação nos departamentos administrativos de Estado não o impediu de estudar sozinho o sânscrito e outras línguas indianas atuais e aprofundar-se nos Upanishads e na Gita. Continuou a escrever poemas e entre eles teve início Savitri , no qual dedicou-se até o fim de sua vida. Nesta época, seu pensamento político começou a tornar-se conhecido através de seus artigos. Mas é a partir de 1901 que ele se dedicou mais a atividade política, quando iniciou a organização de seu próprio movimento revolucionário.
Encontro com o Yoga
O seu encontro com o Yoga aconteceu três anos mais tarde: “Quando eu me aproximei de Deus, nesta época, eu quase não tinha uma fé viva Nele. O agnóstico estava em mim, o ateu estava em mim, o cético estava em mim, e eu não estava absolutamente certo de que houvesse um Deus. Eu não sentia a presença Dele e no entanto alguma coisa me atraiu para a verdade dos Vedas, a verdade da Gita, a verdade da religião hindu. Eu senti que devia haver uma verdade poderosa em alguma parte neste Yoga, uma verdade poderosa nesta religião baseada no Vedanta. Assim, quando eu me voltei para o Yoga , e resolvi praticá-lo e descobrir se minha idéia estava certa, eu o fiz neste espírito e com esta oração para Ele: Se Tu existes, Tu conheces o meu coração. Tu sabes que não peço liberação espiritual, eu não peço nada daquilo que os outros pedem. Eu peço apenas força para erguer esta nação, eu peço apenas que me seja permitido viver e trabalhar para este povo que eu amo, e rezo para que eu possa a ele devotar minha vida.”
Após esse decisivo encontro, Sri Aurobindo continuou a sua luta política pela independência da Índia. Em 1907, tornou-se abertamente o líder do partido nacionalista e instigou o movimento que quebraria o domínio sobre a política indiana. Sob a acusação de ter sido o incitador de um atentado, ele foi preso e, então, entregou-se ao Yoga. “Nesta reclusão veio para mim a primeira realização, a primeira lição. Eu me lembrei então de que um mês ou mais antes de minha prisão eu tinha recebido um chamado para pôr de lado toda a atividade, para retirar-me e olhar para dentro de mim, para que eu pudesse entrar em comunhão mais íntima com Ele. Eu era fraco e não podia aceitar o chamado (...). Pareceu-me que Ele falou de novo para mim e disse: ‘Os laços que você não teve a força de quebrar, eu quebrei para você, porque não é minha vontade e nem foi nunca minha intenção que isto devesse continuar. Eu tenho uma outra coisa para você fazer e é por isto que trouxe você aqui, para ensinar-lhe o que você não poderia aprender sozinho e para treiná-lo para o meu trabalho.'”, disse Sri Aurobindo.
Um ano depois foi absolvido e libertado. Através de suas palavras, durante as várias atividades de caráter coletivo que participou, tornou a animar a nação. “Unite, be free, be one, be great” - unam-se, sejam livres, sejam um, sejam grandes - era sua mensagem constante ao povo.
Pondicherry foi a sua nova morada, onde chegou em 4 de abril de 1910. A partir deste momento, sua atividade não era mais no centro da política, certo de haver cumprido a sua parte ao ajudar a iniciar o processo em prol da independência da Índia. Sua missão estava destinada pelos próximos 40 anos a aprofundar sua realização no Yoga e transformá-la numa realização terrestre.
Apesar dos percalços materiais vividos inicialmente nesse novo caminho, Sri Aurobindo manteve-se intensamente dedicado a sua Sadhana, que é o processo e prática de autodisciplina yóguica. Alguns discípulos o acompanharam.
A presença da Mãe
Em 29 de março de 1914, Mirra Alfassa encontrou-se pela primeira vez com Sri Aurobindo e escreveu: “Pouco importa se há milhares de seres mergulhados na mais espessa ignorância. Aquele que nós vimos ontem está na Terra; sua presença basta para provar que virá um dia em que a sombra será transformada em luz.” Mais tarde, foi dado a ela o carinhoso nome A Mãe.
Anos depois, ela se estabeleceu definitivamente em Pondicherry como discípula de Sri Aurobindo. Ele considerou A Mãe sua grande companheira espiritual e juntos deram vida ao Sri Aurobindo Ashram. Diariamente, ele divulgava aos discípulos e visitantes a visão do seu caminho no Yoga , o Yoga Integral, entre vários conhecimentos pertinentes acerca da vida.
Em 24 de novembro de 1926, Sri Aurobindo experienciou a descida da suprema Consciência que trazia a certeza do cumprimento de sua missão: trazer o plano supramental para baixo e torná-lo uma parte permanente da consciência da terra. Após essa marcante experiência, ele se afastou do convívio com os discípulos e dedicou-se exclusivamente na realização deste propósito. Mais tarde, a comunicação por cartas com seus seguidores foi o método mais utilizado. Assim, A Mãe tornou-se a responsável principal pelo Ashram. “Eu não estou fazendo Yoga isolado... Minha chegada a esta realização é a condição preliminar para que outros sejam capazes de atingi-la”, disse Sri Aurobindo.
Mesmo em seu retiro espiritual, ele estava sempre a par do movimento do mundo sobre questões científicas, culturais, políticas, entre outras. Inclusive na II Guerra Mundial ele e A Mãe intervieram diretamente, em favor da humanidade.
Independência da Índia
Em 1947, mais precisamente no dia 15 agosto, data de seu aniversário, a Índia tornou-se independente. “15 de agosto de 1947 é o dia do nascimento da Índia livre. Ele marca para ela o fim de uma era antiga, o começo de uma nova idade. Mas nós também podemos torná-lo, através de nossa vida e atos como uma nação livre, uma data importante em uma nova idade se abrindo para o mundo todo, para o futuro político, social, cultural e espiritual da humanidade (...).”, disse ele.
Mahasamadhi
No dia 5 de dezembro de 1950, Sri Aurobindo deixou seu corpo - Mahasamadhi . “Senhor, esta manhã tu me deste a certeza de que ficaria conosco até que teu trabalho seja realizado, não só como uma consciência que guia e ilumina, mas também como uma dinâmica Presença em ação.”, A Mãe.
Fonte: Revista Ananda - ed. centenário Sri Aurobindo, ago./1972. Edit. pela Casa Sri Aurobindo, Salvador/BA.
MIRRA ALFASSA, A MÃE
No dia 21 de fevereiro de 1878, nasce em Paris Mirra Alfassa , filha de pai turco e mãe egípcia.
Ela era chamada de “Mãe” pelos discípulos indianos, o que lhe confere um alto grau de respeito e individualidade, pois a Mãe representa a Shakti , o poder do Espírito. Ela cuidava desde o aspecto mais material possível, como conforto e alimentação, até a educação e espiritualidade.
Sri Aurobindo quando a viu pela primeira vez, pela forma que ela o cumprimentou, ele colocou no seu diário que tinha conhecido alguém que realizaria a espiritualidade dinâmica e que seria o seu canal de manifestação. A Mãe escreveu sobre Sri Aurobindo: “Sem ele eu não existo, sem mim ele não se manifesta”.
A Mãe desde pequena demonstrou sua compaixão pela humanidade. Participou na juventude de vários movimentos artísticos e filosóficos. Foi uma estudiosa dos poderes ocultos e lutou pela emancipação das mulheres e pelos direitos humanos. Gostava de esportes de um modo geral e tinha preferência pelo tênis. Tanto como pintora, pianista ou tenista, nunca fez questão de ser melhor em nada, pois dizia que o mais importante era estar sempre aprendendo.
Casou duas vezes, teve dois filhos e com esta experiência ela sabia como nenhum outro mestre orientar sobre os problemas humanos. Graças ao seu marido, escritor famoso Paul Richard, conheceu Sri Aurobindo e viu no mestre o Ser Divino com quem contactava através de sonhos. Escreveu em seu diário sobre Sri Aurobindo: “Conheci hoje alguém que me provou que chegará o dia em que a luz vencerá as trevas na Terra”.
A comunidade que ela organizou na Índia junto com Sri Aurobindo era o sonho dela, pois encontrou na Europa muitas pessoas que diziam que não se dedicavam a Deus porque não tinham tempo, nem espaço para isso. Ela estruturou um lugar onde os aspirantes espirituais têm casa, roupa, comida e tempo para se dedicar à espiritualidade. Por ser francesa, ela conseguiu estabelecer uma ponte entre o Oriente e o Ocidente.
“Mãe”, esse ser tão especial não poderia ser chamado por outro nome:
“Eu não pertenço à nação alguma, à civilização alguma, à sociedade alguma, à raça alguma, mas ao Divino.
Eu não obedeço à Mestre algum, à soberano algum, à lei alguma, à convenção social alguma, mas ao Divino.
A Ele eu entreguei tudo, a vontade, a vida, o eu; para Ele estou pronta a dar todo o meu sangue, gota por gota, se essa for Sua vontade, com uma alegria total; e a Seu serviço nada poderia ser um sacrifício, pois tudo é perfeita felicidade”. (A Mãe)
Texto de Tatiana Pinheiro, Profissional de Yoga Integral da ANYI.
(Fonte site da ANYI)
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