sexta-feira, 31 de julho de 2009

Simbolo da Mãe Mirra Alfassa


O Círculo central representa a Divina Consciência.

As quatro pétalas representam os quatro aspectos da Mãe

As doze pétalas representam os 12 atributos da Divina Mãe

OS QUATRO ASPECTOS DA DIVINA MÃE

MAHAKALI - Altura, Força e Energia

MAHALAKSHMI - Beleza eterna, Harmonia divina, um Encanto irresistível e universal, uma fascinante Ananda.

MAHESWARI - Uma vasta e intangível sabedoria e um grande e tranquilo poder.

MAHASARASWATI - Poder de trabalho, espírito da perfeição e ordem.



Uma pequena lembrança da formatura da nossa querida Turma Zen 2006.


As doze pétalas representam os 12 atributos da Divina Mãe


12 pétalas - Poderes manifestados

1-Progresso ( Laranja escuro) - Gerson

2-Receptividade (Laranja Claro) – Lúcia

3-Aspiração (Amarelo escuro) – Márcio

4-Perseverança – (Amarelo claro) – Vânia

5-Gratidão (verde-claro) – Anselmo

6-Humildade (Verde-escuro) – Sônia

7- Sinceridade (Azul claro) – Daniel

8- Paz (Azul –forte) –Nadja

9- Igualdade (Azul marinho) – Pablo

10- Generosidade (Lilás) – Oneide

11- Bondade ( Rosa) – Dorival

12- Coragem ( Vermelho) - Rúbia

4 Pétalas - Poderes

13 – Maha Ishwara – Elaine

14 – Maha Kali – Kunt Paula

15 – Maha Saraswati – Estrelinha Júlia

16- Maha Lakshimi – Jocelina



Divina Consciência - Centro

17- Aditi -Dourado - Dipit (Gota de vida) Simone

12 pétalas - Poderes manifestados

1-Progresso ( Laranja escuro) - Gerson

Pág 15 – 1 Pensamentos da Mãe

Cada nova aurora enseja a possibilidade de um novo progresso.

2-Receptividade (Laranja Claro) – Lúcia

Pág 47 – 2 Pensamentos da Mãe

Senhor, gostaria de ser sempre diante de Ti como uma página perfeitamente em branco, para que tua vontade fosse gravada em mim sem qualquer dificuldade ou mistura.

3-Aspiração (Amarelo escuro) – Márcio

Pág 23 -5 Shakti

Sufocados pela superficialidade da natureza humana, aspiramos pelo conhecimento que verdadeiramente conhece, pelo poder que verdadeiramente pode, pelo amor que verdadeiramente ama.

4-Perseverança – (Amarelo claro) – Vânia

Pág 19-2 Pensamentos da mãe

Uma vontade perseverante supera todos os obstáculos.

5-Gratidão (verde-claro) – Anselmo

Pág 23-3 Shakti

A alma está consciente do que está recebendo e vive em infindável gratidão.

6-Humildade (Verde-escuro) – Sônia

Pág 11-2 Pensamentos da mãe

Querer aquilo que Deus quer, eis o supremo segredo.

7- Sinceridade (Azul claro) – Daniel

Pág 47-1 Pensamentos da mãe

Sejamos sinceros, cada vez mais sinceros. A sinceridade exige que cada um em seus pensamentos, em seus sentimentos, em suas sensações e em suas ações deve expressar nada mais que a verdade central de seu ser.

8- Paz (Azul –forte) –Nadja

Pág 37-2 Pensamentos da mãe

A paz vasta e a calma estão lá, à espera de que te abras a elas e as recebas.

9- Igualdade (Azul marinho) – Pablo

Pág 14-1 Pensamentos da mãe

É verdadeiramente grande aquele que está acima das ofensas e insultos.

10- Generosidade (Lilás) – Oneide

Pág 36-2 Pensamentos da mãe

O amor verdadeiro, aquele que satisfaz e ilumina, não é o amor que se recebe, mas o amor que se dá.

11- Bondade ( Rosa) – Dorival

Pág 40 Pensamentos da Mãe

Esteja sempre no mais alto de você mesmo, não importa o que aconteça.

12- Coragem ( Vermelho) - Rúbia

Pág 13-2 Pensamentos da mãe

A coragem é sinal de nobreza da alma. Mas esta coragem deve ser calma e segura de si, generosa e benevolente.

4 Pétalas - Poderes

13 – Maha Ishwara – Elaine

Pág 45-2 Pensamentos da mãe

Por trás da superfície das coisas há um mar de perfeita consciência, no qual podemos sempre mergulhar.

14 – Maha Kali – Kunt Paula

Página 12 Pensamentos da Mãe

Nada está em segurança, exceto o que se dá ao Divino.

15 – Maha Saraswati – Estrelinha Júlia

Página 12 Pensamentos da Mãe


Trabalhar para o Divno é orar com o corpo.

16- Maha Lakshimi – Jocelina

Pág 22 Pensamentos da mãe

A princípio, amamos apenas quando somos amados. A seguir, amamos espontaneamente, mas queremos ser amados em troca. Mais tarde, amamos mesmo se não somos amados, mas ainda assim queremos que nosso amor seja aceito. E, finalmente, amamos pura e simplesmente, sem nenhuma outra necessidade ou alegria que a de amar.


Divina Consciência

Centro

17- Aditi -Dourado - Dipit (Gota de vida) Simone

O G U R U

...Levanta teus olhos em direção ao Sol. Ele lá está nesse maravilhoso coração de vida e luz e esplendor. Observa à noite as inúmeras constelações cintilando como outras tantas fogueiras solenes do Eterno no silêncio ilimitado, que não é nenhum vazio, mas pulsa com a presença de uma única existência calma e tremenda. Olha lá Orion com sua espada e cinto brilhando como brilhou aos antepassados Arianos há dez mil anos atrás, no começo da era Ariana; Sirius no seu esplendor, Lyra percorrendo bilhões de milhas no oceano do espaço. Lembra-te que estes mundos inumeráveis, a maior parte deles mais poderosos que o nosso próprio, estão girando com a velocidade indescritível ao aceno desse Ancião dos Dias, a quem ninguém, exceto Ele, conhece, e contudo são milhões de vezes mais antigos que o teu Himalaia, mais firme que as raízes de tuas colinas e assim permanecerão até que Ele, à sua mercê, sacuda-os como folhas murchas da eterna árvore do Universo. Imagina a perpetuidade do Tempo, considera a incomensurabilidade do Espaço; e então, lembra-te que, quando estes mundos ainda não existiam, Ele era o Mesmo que agora, e quando não existirem mais, Ele será ainda o Mesmo. Observa que além de Lyra Ele está, e no longínquo Espaço onde as estrelas do Cruzeiro do Sul não podem ser vistas, ainda assim Ele lá está. E então volta à terra e considera quem é este Ele. Ele está bem perto de ti. Repara naquele homem idoso que passa perto de ti, abatido e curvado, com seu bastão. Imaginas tu que é Deus quem está passando? Há uma criança rindo e correndo ao sol. Podes tu ouvi-Lo nesse riso? Não, Ele está ainda mais próximo de ti. Ele está em ti, Ele é tu mesmo. És tu quem ardes lá longe, há milhares de milhas de distância, nas infinitas extensões do Espaço, que caminhas com passos confiantes sobre os turbulentos vagalhões do mar etérico. És tu quem colocastes as estrelas em seus lugares e teceste o colar de sóis, não com mãos, mas por este Yoga , esta Vontade silenciosa, impessoal e inativa, que te colocou hoje aqui, ouvindo a ti mesmo em mim. Olha para cima, ó filho do Yoga antigo, e não sejas medroso e cético; não temas, não duvides, não lamentes; porque em teu aparente corpo está Aquele que pode criar e destruir mundos com um sopro.

Upanishads


sábado, 25 de julho de 2009

Flor + oração = floração



Flor + oração = floração

Unindo a beleza da flor com a força da oração... Flor- orando, flor-agindo, flor-amando é como deveríamos levar a vida... Para Mirra Alfassa (1878-1973), a amorosa Mãe, mestra espiritual francesa, as flores falavam. Nos jardins e em arranjos dentro da casa, comunicavam qualidades que beneficiavam a vida. Anote algumas de suas sugestões e citações. Elas foram extraídas do livro Flowers and Their Messages (ed. Auropress Publications, Auroville, Índia, 1973).


“As flores falam, se soubermos ouvi-las”
A mestra Mirra Alfassa acreditava que as cores expressam os diferentes níveis de consciência das plantas. As flores brancas são as que realizaram em si a perfeição. O branco significa “vida purificada”. O laranja-dourado é a cor que se sintoniza com a intuição. As flores amarelas falam do anseio de realização espiritual. O azul indica a influência da graça divina. O rosa (especialmente o levemente lilás) é a irradiação do amor incondicional. O vermelho e as cores escuras relacionam-se ao corpo ou à matéria.

Proteção
“A entrega ao Divino é a melhorproteção”
Proteção é o trabalho maior da trepadeira buganvília, ou primavera. O espaço da flor sugere um casulo, um “ambiente protegido”. A cor branca fala de proteção integral, e a vermelha, de proteção física. O capim-cidreira e a citronela ancoram na Terra a ajuda superior. Suas folhas pontiagudas lembram espadas, prontas a defender o lugar.O azul das flores do plumbago, ou bela-emília, associa-se à presença divina e nos tranqüiliza.

Amor Divino

“Amar infinitamente todo o imenso conjunto de seres. É isso o que peço a Ti, Senhor”
As flores do amor-perfeito parecem corações sobrepostos, e a mestra Mirra as considerava “cheias de bons pensamentos”.

Mas, talvez por seu esplendor, é a rosa que representa a essência do Amor Divino.


As orquídeas ensinam que só existe segurança naquilo que é eterno, pois a maioria delas não se enraíza na terra, mas apóia-se sobre galhos, não extraindo deles nenhum alimento.


Perseverança
“A não ser que você esteja disposto a iniciar a mesma coisa mil vezes, se necessário, não chegará a lugar algum”
O amarelo da calêndula e da trepadeira alamanda estimula a perseverança e o triunfo. O radiante girassol transmite força espiritual. O minicrisântemo foca a energia dos detalhes e sugere que nada é tão pequeno que não mereça atenção e cuidado. A cor laranja da capuchinha vibra o encorajamento.


Progresso
“A melhor maneira de não envelhecer é fazer do progresso espiritual a meta da sua vida”
As flores da helicônia (bananeira-de-jardim) e da estrelítzia (ave-do-paraíso) lembram pássaros exuberantes, livres para “ser e fazer eternamente”. As pequenas flores da violeta se escondem junto às folhas, sugerindo humildade ou “o agir sob inspiração divina”.


Beleza
“A expressão da beleza exige a abdicação do egoísmo”
Todas as flores são belas, mas cada uma trabalha a beleza de jeito diferente. Os cactos, espinhosos por fora e suculentos por dentro, comunicam que a beleza maior reside nas profundezas de nosso íntimo. As dálias, rebuscadas, expressam poder e dignidade espiritual. A suave camélia é a beleza da tranqüilidade.


Serenidade
“Diante das situações adversas, quanto mais calmo você estiver, mais forte se tornará”
As coníferas (árvores que jamais perdem as folhas, como o pinheiro e a tuia) comunicam a vitalidade perpétua, nunca afetada pelas circunstâncias externas. A força dos lírios reside na paz que irradiam. A pureza das flores brancas do jasmim foi traduzida como sinceridade perfeita. A floração exuberante do gerânio parece expressar uma felicidade espiritual que nada pode perturbar.

Para a mestra Mirra, as flores são bênçãos da natureza, manifestações da alma do cosmos, sorrisos do amor divino, preces silenciosas ao Criador.

Quando lhe perguntaram como melhor receber a influência benéfica das flores, ela simplesmente respondeu: “Amando-as”.

Se pudermos amar uma flor, começaremos talvez a flor-e-ser e, depois, se permitirmos que nosso amor se amplie, poderemos – em flor-ação — amar o mundo. Tudo começa com uma flor.)

Carlos Solano é arquiteto e escritor, autor de livros de arquitetura e de Feng Shui.

Um Espirito de Bambu



Desejo-lhe, amigo,
Que coisas melhores,
Que eu posso desejar para você
Nem saúde, nem riqueza,
Nem sorte, mas apenas,
Um espírito de bambu.
Dobrar com o vento,
E, assim, sobreviver.
Embora tempestades façam você deitar,
Não chore pelo destino,
Na Primavera será ereto,
Como uma árvore forte.
Riqueza pode ser perdida,
E saúde pode desaparecer,
Mas você vai ser sábio e verdadeiro.
Se você pode dobrar
E você pode crescer
Com um espírito de bambu!
Helene B. Grouse


O bambu demora para crescer para que as suas raízes fiquem bem firmes e profundas, só depois ele começa a se desenvolver, demora bastante tempo para isso porque ele sabe de sua importância. Outra coisa, o bambu já nasce oco, ele sabe disso, então se prepara com os nós, que a cada fase nasce e cicatriza, formando uma base para outros nós. Também cresce somente para o alto, não tem galhos, por isso quando o vento bate nele o efeito é pequeno, ele balança mas não quebra. E por final, quando ele ta nascendo, já vai cuidando para que outros bambus nasçam junto dele, fazendo esse montinho de bambu.


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Girassol



Girassol

A consciência voltada para a luz supramental é o senso da verdade e vai encontrá-lo somente na satisfação da verdade.

A vida deve florescer com uma flôr oferecendo-se para o Divino.
A Mãe ( Mirra Alfassa)

Prece para aqueles que desejam servir ao divino




Glória a Ti, Senhor, triunfador de todos os obstáculos.
Permite que nada em nós crie obstáculos a Tua obra.
Permite que nada retarde Tua manifestação.
Que Tua vontade seja feita em todas em tudo e a cada momento.
Estamos diante de Ti para que Tua vontade se cumpra em nós, em todos os elementos, em todas as atividades de nosso ser, de nossas alturas supremas até as menores células de nosso corpo.
Permite que Te sejamos inteiramente e eternamente fiéis.
Queremos estar completamente sob Tua influência, excluindo qualquer outra.
Permite que não nos esqueçamos nunca de Te sermos profundamente e intensamente reconhecidos.
Permite que não desperdicemos nunca nada de todas as coisas maravilhosas que Tu nos dás a cada instante.
Permite que tudo em nós colabore com Tua obra, que tudo esteja pronto para Tua realização.
Glória a Ti, Senhor, Realizador Supremo.
Dá-nos uma fé ardente, ativa, absoluta, inabalável em Tua Vitória.

A Mãe ( Mirra Alfassa)
23 de outubro 1937
Do livro Preces e Meditações II

Trecho do Livro de Paramahansa




"...Somente a pincelada de Deus é capaz de produzir cores que vibram com o frescor da vida, e que perdem o viço quando o homem tenta imita-las com simples pigmentos. O Senhor usa meios mais simples e eficazes: nada de tintas nem corantes, apenas raios de luz. Ele lança um feixe de luz, e o vermelho reflete-se; move de novo o pincel e sutilmente, o vermelho tinge-se de matizes de laranja e ouro. Com um impulso penetrante, Ele trespassa as nuvens, ferindo-as com um raio púrpura a gotejar um rastro em forma de mecha ou franja avermelhada..."

Foto que consegui próximo dessa descrição. Pura poesia...lindo!
Trecho do livro: Paramahansa Yogananda pag 393
Diário do Sr. Wright viajou junto com Paramanhansa Yogananda para Misore na India

domingo, 19 de julho de 2009

Mestres



DATAS IMPORTANTES:
No dia 21 de fevereiro de 1878, nasce em Paris Mirra Alfassa-A MÃE
No dia 17 de novembro de 1973, a Mãe deixa seu corpo - Mahasamadhi
No dia 15 de agosto de 1872 nasceu Sri Aurobindo
No dia 5 de dezembro de 1950, Sri Aurobindo deixou seu corpo - Mahasamadhi

SRI AUROBINDO

No dia 15 de agosto de 1872 nasceu Sri Aurobindo, filho do médico Dr. Krishna Dhan Ghose. Sua vida teve início em Calcutá, Índia. Sete anos depois, ele partiu para a Inglaterra com os seus dois irmãos mais velhos e foi educado na família do pastor Drewett.

A partir daí, Sri Aurobindo dedicou-se ao aprendizado de várias línguas modernas, história, literatura da Europa e começou a escrever poemas. Passados alguns anos, ele e seus irmãos separaram-se da família Drewett e este foi um período de grandes provações materiais, como relatou: “A minha vida toda foi uma luta com duras realidades, desde as privações e fome na Inglaterra. Foi um tempo de piores sofrimentos e da maior miséria. Minha vida foi uma batalha desde os primeiros anos e é ainda uma batalha”.

Apesar das adversidades, Sri Aurobindo concluiu os seus estudos e tornou-se diplomado, entretanto seus vínculos maiores eram com movimentos estudantis nacionalistas indianos e com a poesia.

Em 1893, ele retornou à Índia e descreveu assim sua nova realidade: “Desde que eu pisei no solo indiano, no porto... Em Bombaim, comecei a ter experiências espirituais (...).” Sua ocupação nos departamentos administrativos de Estado não o impediu de estudar sozinho o sânscrito e outras línguas indianas atuais e aprofundar-se nos Upanishads e na Gita. Continuou a escrever poemas e entre eles teve início Savitri , no qual dedicou-se até o fim de sua vida. Nesta época, seu pensamento político começou a tornar-se conhecido através de seus artigos. Mas é a partir de 1901 que ele se dedicou mais a atividade política, quando iniciou a organização de seu próprio movimento revolucionário.


Encontro com o Yoga

O seu encontro com o Yoga aconteceu três anos mais tarde: “Quando eu me aproximei de Deus, nesta época, eu quase não tinha uma fé viva Nele. O agnóstico estava em mim, o ateu estava em mim, o cético estava em mim, e eu não estava absolutamente certo de que houvesse um Deus. Eu não sentia a presença Dele e no entanto alguma coisa me atraiu para a verdade dos Vedas, a verdade da Gita, a verdade da religião hindu. Eu senti que devia haver uma verdade poderosa em alguma parte neste Yoga, uma verdade poderosa nesta religião baseada no Vedanta. Assim, quando eu me voltei para o Yoga , e resolvi praticá-lo e descobrir se minha idéia estava certa, eu o fiz neste espírito e com esta oração para Ele: Se Tu existes, Tu conheces o meu coração. Tu sabes que não peço liberação espiritual, eu não peço nada daquilo que os outros pedem. Eu peço apenas força para erguer esta nação, eu peço apenas que me seja permitido viver e trabalhar para este povo que eu amo, e rezo para que eu possa a ele devotar minha vida.”

Após esse decisivo encontro, Sri Aurobindo continuou a sua luta política pela independência da Índia. Em 1907, tornou-se abertamente o líder do partido nacionalista e instigou o movimento que quebraria o domínio sobre a política indiana. Sob a acusação de ter sido o incitador de um atentado, ele foi preso e, então, entregou-se ao Yoga. “Nesta reclusão veio para mim a primeira realização, a primeira lição. Eu me lembrei então de que um mês ou mais antes de minha prisão eu tinha recebido um chamado para pôr de lado toda a atividade, para retirar-me e olhar para dentro de mim, para que eu pudesse entrar em comunhão mais íntima com Ele. Eu era fraco e não podia aceitar o chamado (...). Pareceu-me que Ele falou de novo para mim e disse: ‘Os laços que você não teve a força de quebrar, eu quebrei para você, porque não é minha vontade e nem foi nunca minha intenção que isto devesse continuar. Eu tenho uma outra coisa para você fazer e é por isto que trouxe você aqui, para ensinar-lhe o que você não poderia aprender sozinho e para treiná-lo para o meu trabalho.'”, disse Sri Aurobindo.

Um ano depois foi absolvido e libertado. Através de suas palavras, durante as várias atividades de caráter coletivo que participou, tornou a animar a nação. “Unite, be free, be one, be great” - unam-se, sejam livres, sejam um, sejam grandes - era sua mensagem constante ao povo.

Pondicherry foi a sua nova morada, onde chegou em 4 de abril de 1910. A partir deste momento, sua atividade não era mais no centro da política, certo de haver cumprido a sua parte ao ajudar a iniciar o processo em prol da independência da Índia. Sua missão estava destinada pelos próximos 40 anos a aprofundar sua realização no Yoga e transformá-la numa realização terrestre.

Apesar dos percalços materiais vividos inicialmente nesse novo caminho, Sri Aurobindo manteve-se intensamente dedicado a sua Sadhana, que é o processo e prática de autodisciplina yóguica. Alguns discípulos o acompanharam.


A presença da Mãe

Em 29 de março de 1914, Mirra Alfassa encontrou-se pela primeira vez com Sri Aurobindo e escreveu: “Pouco importa se há milhares de seres mergulhados na mais espessa ignorância. Aquele que nós vimos ontem está na Terra; sua presença basta para provar que virá um dia em que a sombra será transformada em luz.” Mais tarde, foi dado a ela o carinhoso nome A Mãe.

Anos depois, ela se estabeleceu definitivamente em Pondicherry como discípula de Sri Aurobindo. Ele considerou A Mãe sua grande companheira espiritual e juntos deram vida ao Sri Aurobindo Ashram. Diariamente, ele divulgava aos discípulos e visitantes a visão do seu caminho no Yoga , o Yoga Integral, entre vários conhecimentos pertinentes acerca da vida.

Em 24 de novembro de 1926, Sri Aurobindo experienciou a descida da suprema Consciência que trazia a certeza do cumprimento de sua missão: trazer o plano supramental para baixo e torná-lo uma parte permanente da consciência da terra. Após essa marcante experiência, ele se afastou do convívio com os discípulos e dedicou-se exclusivamente na realização deste propósito. Mais tarde, a comunicação por cartas com seus seguidores foi o método mais utilizado. Assim, A Mãe tornou-se a responsável principal pelo Ashram. “Eu não estou fazendo Yoga isolado... Minha chegada a esta realização é a condição preliminar para que outros sejam capazes de atingi-la”, disse Sri Aurobindo.

Mesmo em seu retiro espiritual, ele estava sempre a par do movimento do mundo sobre questões científicas, culturais, políticas, entre outras. Inclusive na II Guerra Mundial ele e A Mãe intervieram diretamente, em favor da humanidade.




Independência da Índia

Em 1947, mais precisamente no dia 15 agosto, data de seu aniversário, a Índia tornou-se independente. “15 de agosto de 1947 é o dia do nascimento da Índia livre. Ele marca para ela o fim de uma era antiga, o começo de uma nova idade. Mas nós também podemos torná-lo, através de nossa vida e atos como uma nação livre, uma data importante em uma nova idade se abrindo para o mundo todo, para o futuro político, social, cultural e espiritual da humanidade (...).”, disse ele.




Mahasamadhi

No dia 5 de dezembro de 1950, Sri Aurobindo deixou seu corpo - Mahasamadhi . “Senhor, esta manhã tu me deste a certeza de que ficaria conosco até que teu trabalho seja realizado, não só como uma consciência que guia e ilumina, mas também como uma dinâmica Presença em ação.”, A Mãe.

Fonte: Revista Ananda - ed. centenário Sri Aurobindo, ago./1972. Edit. pela Casa Sri Aurobindo, Salvador/BA.




MIRRA ALFASSA, A MÃE

No dia 21 de fevereiro de 1878, nasce em Paris Mirra Alfassa , filha de pai turco e mãe egípcia.

Ela era chamada de “Mãe” pelos discípulos indianos, o que lhe confere um alto grau de respeito e individualidade, pois a Mãe representa a Shakti , o poder do Espírito. Ela cuidava desde o aspecto mais material possível, como conforto e alimentação, até a educação e espiritualidade.

Sri Aurobindo quando a viu pela primeira vez, pela forma que ela o cumprimentou, ele colocou no seu diário que tinha conhecido alguém que realizaria a espiritualidade dinâmica e que seria o seu canal de manifestação. A Mãe escreveu sobre Sri Aurobindo: “Sem ele eu não existo, sem mim ele não se manifesta”.

A Mãe desde pequena demonstrou sua compaixão pela humanidade. Participou na juventude de vários movimentos artísticos e filosóficos. Foi uma estudiosa dos poderes ocultos e lutou pela emancipação das mulheres e pelos direitos humanos. Gostava de esportes de um modo geral e tinha preferência pelo tênis. Tanto como pintora, pianista ou tenista, nunca fez questão de ser melhor em nada, pois dizia que o mais importante era estar sempre aprendendo.

Casou duas vezes, teve dois filhos e com esta experiência ela sabia como nenhum outro mestre orientar sobre os problemas humanos. Graças ao seu marido, escritor famoso Paul Richard, conheceu Sri Aurobindo e viu no mestre o Ser Divino com quem contactava através de sonhos. Escreveu em seu diário sobre Sri Aurobindo: “Conheci hoje alguém que me provou que chegará o dia em que a luz vencerá as trevas na Terra”.

A comunidade que ela organizou na Índia junto com Sri Aurobindo era o sonho dela, pois encontrou na Europa muitas pessoas que diziam que não se dedicavam a Deus porque não tinham tempo, nem espaço para isso. Ela estruturou um lugar onde os aspirantes espirituais têm casa, roupa, comida e tempo para se dedicar à espiritualidade. Por ser francesa, ela conseguiu estabelecer uma ponte entre o Oriente e o Ocidente.

“Mãe”, esse ser tão especial não poderia ser chamado por outro nome:

“Eu não pertenço à nação alguma, à civilização alguma, à sociedade alguma, à raça alguma, mas ao Divino.

Eu não obedeço à Mestre algum, à soberano algum, à lei alguma, à convenção social alguma, mas ao Divino.

A Ele eu entreguei tudo, a vontade, a vida, o eu; para Ele estou pronta a dar todo o meu sangue, gota por gota, se essa for Sua vontade, com uma alegria total; e a Seu serviço nada poderia ser um sacrifício, pois tudo é perfeita felicidade”. (A Mãe)

Texto de Tatiana Pinheiro, Profissional de Yoga Integral da ANYI.
(Fonte site da ANYI)

Mensagem



"Nasceu um milagre do absoluto,
A infinidade vestiu uma alma finita,
Todo o oceano viveu dentro de uma gota vagueante,
Um corpo feito-de-termo abrigou o Ilimitável.
Para viver este mistério, inteiramente cumprindo-o, nossas almas aqui vieram."
Sri Aurobindo

"Quando damos um passo na direção de Deus, Deus já deu vários na nossa direção."
Sri Aurobindo

sábado, 18 de julho de 2009

Conversas com a Mãe


Livro: Conversas com A Mãe
Sumário:
Sobre Yoga
Os perigos do Yoga
São as visões sinal de alta espiritualidade?
Devem-se sacrificar tudo pelo Divino?
A função exata do intelecto
Seres que parecem vampiros

Leitura do dia 10/07/2009
Estudo do livro: Conversas com a Mãe
páginas 52 e 53.

Capitulo V A função exata do intelecto

Discípulo pergunta:
Onde pode ser traçada a linha de demarcação entre o interior e o exterior?
Mãe responde:
A linha é muito flexível; ela pode estar tão próxima ou distante quanto você quiser.
Aqueles que são capazes de expandir sua consciência de modo tão vasto quanto o mundo, tornam-se o mundo; mas aqueles que estão fechados em seus pequenos corpos e seus sentimentos limitados detêm-se nestes limites: seus corpos e seus sentimentos mesquinhos formam para eles a totalidade de seu ser.

Pode a simples fé criar tudo , conquistar tudo?
A fé integral e absoluta conquista e cria tudo.
A fé só mental ou vital ou física não são suficientes. O ideal é ter uma fé integral, unir todas as partes do ser, descer até o subconsciente e deve fixar a fé em todas as células do corpo.

Sobre a morte:
A fixidez da forma que tornou a morte inevitável. A matéria tinha de assumir forma; a individualização e a incorporação concreta de forças-vida ou forças-consciência teriam sido impossíveis sem esta colocação em formas...

Páginas 54/55
Sobre a morte:
A forma individual persistiu como um molde excessivamente apertado; não seguindo o movimento do progresso, harmonia e forças de movimento; sendo jogado para fora da corrente. Num certo ponto ocorre a disparidade e desarmonia entre a forma e a força que a pressiona, seno inevitável a dissolução da forma. Uma nova forma deve ser criada, uma nova harmonia. Esta é a verdadeira significação da morte e esta é sua utilidade na natureza.

Sobre desastres e catástrofes:
Movimento de consciência que se expressa numa natureza oprimida por calamidades e catástrofes e numa humanidade em desarmonia. Toda desordem e desarmonia que vemos na terra são o resultado de resistência a força Divina. Não espere que a grande massa da humanidade busque a descida dessa força. Cada individuo ou um pequeno grupo ou um número limitado pode conseguir a descida de uma consciência superior ou força Divina na terra. Uma gota de consciência Divina que penetrasse na consciência da terra poderia mudar tudo aqui. Um novo poder descerá e mudará as condições de vida sobre a terra.
Todas as vezes que uma grande alma veio e revelou alguma luz de verdade ou trouxe
sobre a terra uma nova força, as condições na terra mudaram, embora não exatamente do jeito desejado ou esperado.

Leitura do dia 24/07/09:
páginas :56 e 57

...A terra está se preparando para a realização passo a passo e por etapas. Mudanças na civilização e na natureza. Se não é evidente, é porque vemos do ponto de vista externo e porque a matéria e suas dificuldades até hoje nunca foram tratadas com seriedade e completamente. Contudo houve um progresso; na consciência interior, houve descida da luz.
É perigoso tentar explicar ou entendê-lo com a inteligência mental limitada. Não tente ajustar o universo ao tamanho da mente humana...

Quantos de nós se lembram das vidas anteriores?
Em todos, em alguma parte de nossa consciência, há uma lembrança. Mas este é um assunto perigoso, porque a mente humana gosta muito de romance. ..Para alcançar a verdade destas coisas, a consciência que tem a experiência deve ser pura e límpida, livre de qualquer interferência mental ou vital, desembaraçada de noções e pensamentos pessoais e do hábito da sua mente de interpretar ou explicar tudo à sua maneira. Uma experiência de vidas passadas pode ser verdadeira, mas entre o que você viu e a explicação ou a construção de sua mente acerca disso, há sempre um grande abismo. Somente quando você puder se elevar acima de sua mente é que poderá alcançar a verdade.

31/07/09
Páginas: 58/59

Capítulo VI

Seres que parecem vampiros

Existem seres humanos que parecem vampiros. O que são eles e por que são assim?
Eles não são humanos; têm apenas uma forma ou aparência humana. São encarnações de seres do mundo que está imediatamente próximo do físico, seres que vivem no plano que chamamos de mundo vital. é um mundo de todos os desejos de violência e ganância e esperteza e toda espécie de ignorância; mas todos os dinamismos estão também lá, todas as energias-força e todos os poderes. Os seres deste mundo têm, por sua natureza, um estranho domínio sobre o mundo material e podem exercer sobre ele uma influência sinistra. Alguns deles são formados dos restos de seres humanos que persistem depois da morte, na atmosfera vital, perto do plano-terra. Seus desejos e ânsias ainda flutuam lá e conservam-se em forma mesmo depois da dissolução do corpo; frequentemente são impelidos a continuar manifestando-se e satisfazendo-se, e a consequência é o nascimento destas criaturas do mundo vital. Mas estes são seres de menor importância; se podem causar problemas, não é, porém, impossível lidar com eles. Existem outros, muito mais perigosos, que nunca estiveram em forma humana, que nunca nasceram num corpo humano sobre a terra, porque, de modo geral, eles se recusam a aceitar este modo de nascimento, pois é escravidão à matéria e preferem permanecer em seu próprio mundo, poderosos e nocivos, e de lá manter o seu controle sobre os seres da terra. Embora não queiram nascer na terra, eles querem estar em contato com a natureza física, mas sem ficar limitados a ela. Seu método é experimentar primeiro lançar sua influência sobre um homem; então entram vagarosamente na sua atmosfera e finalmente podem conseguir total domínio sobre ele. Estas criaturas, quando na posse de um corpo terreno, podem ter uma aparência humana, mas não têm uma natureza humana. Seu costume é valer-se da vida-forçados seres humanos; atacam e capturam um poder vital sempre que podem, e alimentam-se disto. Se vierem para dentro de sua atmosfera, você se sentirá deprimido e exausto repentinamente; se você ficar perto deles por algum tempo, cairá doente; se viver com um deles, ele poderá mata-lo.

Mas como é que se pode expulsar tais criaturas do ambiente de alguém, quando já estiverem lá instaladas?
O poder vital encarnado nestes seres é de uma natureza muito material e é efetivo apenas dentro de uma pequena distância. Geralmente, se você não viver na mesma casa ou não estiver em companhia deles, não cairá sob sua influência. Mas se você abrir um canal de conexão ou comunicação, então você propicia um intercâmbio de forças e fica sujeito a ser influenciado por eles, mesmo a uma grande distância. A maneira mais sabia é cortar toda conexão e não ter nada a ver com eles - a não ser que você tenha realmente grande conhecimento e poder oculto e tenha aprendido com resguardar-se e proteger-se - mas mesmo assim é sempre um coisa perigosa envolver-se com eles. Esperar transformá-los, como algumas pessoas fazem, é uma vã ilusão porque não querem ser transformados. Eles não têm nenhuma intenção de permitir qualquer transformação e é inútil todo esforço nesta direção.


07/08/09
Capitulo: Seres que parecem vampiros
pág: 60/61

Estes seres, quando num corpo humano, não estão sempre conscientes do que realmente são. Algumas vezes tem uma vaga sensação de que não são inteiramente humanos, no sentido comum. Contudo, existem casos em que são conscientes, e muito conscientes; não apenas sabem que não pertencem à humanidade, mas sabem o que são, agem nesse conhecimento e deliberadamente vão ao encalço de seus fins. Os seres do mundo vital são poderosos pela sua própria natureza; quando acrescentam conhecimento a seu poder, tornam-se duplamente perigosos.

Não é verdade que estas criaturas são atraídas para a vida espiritual, por alguma peculiar fascinação?
Sim, porque elas sentem que não pertencem a esta terra, mas vêm de algum outro lugar; e sentem também que possuem poderes dos quais perderam a metade, e estão ansiosa para consegui-las de volta. Então, onde quer que encontrem alguém que lhes possa dar algum conhecimento do mundo invisível, correm para ele. Mas elas confundem o vital com o mundo espiritual e em sua procura seguem os fins vitais e não os espirituais...elas se revoltaram contra as regras Divinas, porém, apesar de sua revolta, ou talvez por causa dela, sentem-se de algum modo presas e fortemente atraídas pela sua presença.
É por isso que acontece vê-las algumas vezes sendo usadas como instrumentos, para estabelecer contato entre aqueles que devem realizar a vida espiritual sobre a terra...O contato com aqueles que buscam a Verdade dá a estes seres sua chance de mudar. Tudo depende de como vão usar essa oportunidade. Aproveitada corretamente, pode abrir sue caminho para a libertação da falsidade e obscuridade e miséria, que é o estofo de que são feitas estas criaturas do mundo vital, e levá-las à Regeneração e à vida.

Não têm estes seres um grande controle sobre o poder monetário?
Sim. O poder do dinheiro está atualmente sob a influência ou nas mãos das forças e seres do mundo vital. É por causa desta influência que você nunca vê o dinheiro indo em quantias consideráveis para a causa da Verdade. Ele sempre se extravia, porque está nas garras das forças hostis e é uma das mentiras principais pela qual elas conservam seu domínio sobre a terra...

14/08/09 Lemos os textos na véspera do Aniversário de Sri Aurobindo.

21/08/09
pg 62/63

Não têm estes seres um grande controle sobre o poder monetário?
Sim. O poder do dinheiro está atualmente sob a influência ou nas mãos das forças e seres do mundo vital. É por causa desta influência que você nunca vê o dinheiro indo em quantias consideráveis para a causa da Verdade. Ele sempre se extravia, porque está nas garras das forças hostis e é uma das mentiras principais pela qual elas conservam seu domínio sobre a terra...Alguns homens ricos são brinquedos e instrumentos nas mãos dessas forças. Quando é para dar seu dinheiro para a causa da Verdade, são guiados pela plena consciência de sua avareza. Quando alguma parte dentro deles cede, eles doam, mais é raro acontecer. Gastam facilmente quando são impulsionados pelo beneficio de seus prazeres e desejos...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Auroville





Auroville

Concebida como símbolo da paz, cidade indiana com 40 anos.


Auroville (Cidade da Aurora) é localizada ao norte de Pondicherry, em Tamil Nadu. Concebida como lugar destinado à vida comunitária universal, onde homens e mulheres aprendem a viver em paz, acima de credos, políticas e nacionalidades, a cidade foi fundada em 28 de fevereiro de 1968 por Mirra Alfassa, mais conhecida como “A Mãe” e companheira espiritual do filósofo Sri Aurobindo. Os planos para a construção da cidade foram orientados pelo arquiteto francês Roger Anger. No dia de sua inauguração, representantes dos 124 países que acompanhavam o então presidente da Índia depositaram mostras de solo de seus países de origem em uma urna, como símbolo da fraternidade universal.

Matrimandir





Matrimandir










A Mãe sobre Auroville


Um dos principais alvos do experimento que é Auroville é a mudança interior de cada um em si mesmo, e ao mesmo tempo fazer de Auroville um modelo onde a busca de solução material e espiritual para as dificuldades humanas pode ser tentada de uma maneira construtiva. Para facilitar isto a Mãe estipulou um guia prático de princípios.


Matrimandir

Bem no centro de Auroville encontra-se o Matrimandir, a “alma da cidade”, situado numa área ampla e aberta chamada “Paz”, a partir de onde a futura cidade se desenvolverá. A atmosfera é quieta e cheia de força, e a área bem bonita, mesmo se, no momento, uma grande parte ainda está em construção.

O Matrimandir foi concluído em fevereiro de 2008, e emerge como uma grande esfera dourada que parece estar se levantando da terra, simbolizando o nascimento de uma nova consciência procurando manifestar-se.

Percorrendo os lindos e verdes Jardins do Matrimandir com sua grande variedade de flores, arbustos e árvores, o Matrimandir se destaca, importante e poderoso bem no coração da cidade. O Matrimandir foi visto pela Mãe como o “símbolo da resposta do Divino à aspiração humana para a perfeição” e como “a força central coesiva” para o crescimento de Auroville.

O princípio evolucionário

O nome “Matrimandir” significa literalmente “O Templo da Mãe”. De acordo com os ensinos de Sri Aurobindo, o conceito ”Mãe” significa o grande evolucionário, consciente e inteligente princípio da Vida, a Mãe universal, - que busca ajudar a humanidade a mover-se além de suas atuais limitações para o próximo estágio de sua aventura evolucionária, a consciência supramental.

A Câmara Interior

A espaçosa Câmara Interior no hemisfério superior da estrutura é completamente branca, com paredes de mármore branco, e atapetada de branco. No centro, um globo de cristal de vidro puro difunde um raio de luz do sol, guiado eletronicamente, que cai sobre este através de uma abertura no ápice da esfera. “A coisa mais importante é esta: o jogo do sol no centro. Porque isto se transforma no símbolo, o símbolo de realizações futuras”.

Não há imagens, nem meditações organizadas, nem flores, nem incenso, nem religião ou formas religiosas.

Para encontrar sua consciência

O Matrimandir existe para “aqueles que querem aprender a se concentrar”. “Nada de meditações fixas, nada disto, mas eles devem ficar lá em silêncio, em silêncio e concentração. Um lugar para tentar encontrar a própria consciência.”

domingo, 12 de julho de 2009

Serenidade


Prece da Serenidade

Concedei-me, Senhor, a Serenidade necessária,
para aceitar as coisas que não posso modificar;
Coragem, para modificar aquelas que posso
E Sabedoria, para distinguir umas das outras!

sábado, 11 de julho de 2009

Luz


Proteção da luz
Que nossa gotinha de luz seja nosso guia, nossa proteção.
N°270 do Livro Gotinha de luz Horivaldo Gomes

A paz vasta e a calma estão lá, à espera de que te abras a elas e as recebas.
A Mãe

Sabedorias de Sri Aurobindo


Livro: Sabedoria de Sri Aurobindo
Sumário:
Resumo da vida de Sri Aurobindo
Levanta teus olhos
Savitri
O ensinamento de Sri Aurobindo
Nosso Objetivo
A lei do caminho
Toda vida é yoga
Certezas
Os auxilios e o objetivo
O guru do yoga integral
Os simbolos exteriores
Forma
Porque a oração?
O mestre do mundo
O shastra de yoga integral
O senhor dos trabalhos
A vontade suprema
O homem um ser transcional ?
Deve sacrificar tudo pelo Divino?
A função exata do intelecto

10/07/09

Livro: Sabedorias de Sri Aurobindo

Capitulo: O Homem, um ser transicional

Páginas 62 e 63

Se a terra chama e o Supremo responde, a hora para essa imensa e gloriosa transformação pode ser agora mesmo.

A cada passo importante da ascensão da natureza, há uma reversão de consciência no espirito evolvente.


Leitura do dia 17/07/09

Livro: Sabedoria de Sri Aurobindo

Páginas: 64/65

Capitulo: O Homem, um ser transicional

A nova consciência alcançada na evolução do espírito é sempre mais elevada em grau e poder, sempre mais ampla, mais rica e refinada em faculdades, mais complexa, mais orgânica e dominadora que a consciência que era uma vez a nossa própria e que foi deixada para trás.Há maior amplidão e espaço, alturas antes intrasponíveis, profundidades e intimidades inesperadas. Há uma expansão luminosa que é o verdadeiro sinal manual do Supremo sobre o seu trabalho. A cada passo para frente ocorre uma expansão sempre mais rica e mais vasta.

Porque sendo o homem um ser mental, ele naturalmente imagina que a mente é o grande e único líder e ator e criador ou o agente indispensável no universo. Mas isso é um erro; mesmo em relação ao conhecimento, a mente não é o único instrumento maior ou possível, o único aspirante e descobridor. A mente está entre a ação precisa e a vastidão do subconsciente da natureza e a enormidade infalível da ação superconsciente da Divindade.

Não há nada que a mente possa fazer que não possa ser feito melhor na imobilidade da mente e na quietude do livre pensamento.

Quando a mente fica tranquila, então a Verdade aproveita-se da oportunidade para ser ouvida na pureza do silêncio.

A verdade não pode ser conseguida através do pensamento da mente, mas apenas por identidade e pela visão silenciosa. A verdade vive na calma da luz muda dos espaços eternos; ela não se manifesta no ruído e no pairar do debate lógico.

O pensamento na mente pode, no máximo, ser a vestimenta brilhante e transparente da verdade; não é nem mesmo seu corpo. Olhe através da veste e não para ela e você poderá ver alguma insinuação de sua forma. Pode ser um corpo-pensamento da verdade, mas é o pensamento e a palavra espontâneas supramentais que completamente formados, ressaltam da luz, não alguma imitação e miscelânea mentais e dificies. O pensamento supramental não é um meio para chegar à verdade, mas um modo de a expressar, pois a verdade na supramente é auto-criada ou auto-existente. É uma seta da luz, não uma ponte para alcançar.

Cale interiormente o pensamento e a palavra, fique imóvel dentro, olhe em direção à luz acima e para fora, em direção à vasta consciência cósmica que está à sua volta.

Seja uno cada vez mais com luminosidade e a vastidão. Então, a verdade raiará de cima sobre você e derramar-se-á em você de tudo à sua volta.


24/07/09

Livro: Sabedorias de Sri Aurobindo

Página: 66

...Numa mente impura o silêncio será logo preenchido por luzes enganadoras e vozes falsas, o eco e a sublimação de seus próprios conceitos e opiniões enfatuados ou a resposta a seu orgulho secreto, vaidade, ambição, lascívia,cobiça ou desejo...

O silêncio é indispensável, mas também há necessidade de amplidão. Se a mente não estiver silenciosa, ela não pode receber as luzes e vozes da Verdade suprema ou as recebe misturadas às suas próprias línguas trêmulas e ao balbucio pretensioco e cego. Ativa, arrogante, barulhenta, ela distorce e desfigura o que recebe. Se não for vasta, não pode abrigar o poder efetivo e a força criativa da Verdade. Alguma luz pode adejar lá, mas torna-se estreita, confinada e estéril: a Força que desce fica aprisionada e frustrada e se retira outra vez deste plano rebelde e estranho para suas vastas alturas. Ou mesmo se algo desce e permanece é uma pérola no lodaçal, porque nenhuma mudança acontece na natureza, ou então, se forma apenas uma fraca intensidade que aponta acanhadamente para as culminâncias, mas pode guardar e difundir no mundo á sua volta.


31/07/09

Livro: Sabedoria de Sri Aurobindo

Página: 67

A Alma e o Ser Psíquico

Quando a alma ou centelha do fogo Divino começa a desenvolver um individualidade psíquica é chamada de ser psíquico.

A alma ou centelha existe antes do desenvolvimento de uma mente e um vital organizados, como um Principio divino no interior dela, para servir de suporte para a evolução do individuo, da ignorância para a luz. Ela desenvolve no decurso da evolução um individuo psíquico ou individualidade-alma que cresce de vida para vida, usando a mente, o vital e o corpo evolventes como seus instrumentos. É a lama que é imortal enquanto o resto se desintegra, ela passa de vida, carregando sua experiência em essência e a continuidade da evolução individuo.

É a consciência toda, mental, vital e física, também que tem que se elevar para se unir a uma consciência mais alta e, uma vez realizada essa união, a consciência mais alta tem que descer dentro delas. O psíquico está por trás de tudo isso como base de apoio.

domingo, 5 de julho de 2009

Gayatri Mantra

Gayatri Mantra

AUM BHUR BHUVAH SVAH
TAT SAVITUR VARENYAM
BAHARGO DEVASYA DHIMAHI
DHIYO YO NAH
PRACHODAYAT

Nós meditamos sobre o glorioso esplendor do divino vivificante, que ele próprio ilumine nossas mentes.

Savitri, Uma História de Amor.


Savitri, Uma História de Amor.

Savitri, filha de Aswapati
Rei Aswapati, o rei Madra
Satyavan, filho do rei Dyumatsena
Rei Dyumatsena, trono de Salwa, devido a perda do reino morava na floresta.
Senhor Yama, O Senhor da Morte

Savitri, filha de Aswapati, o rei Madra, era jovem e lindíssima. Muitos homens vinham à corte de seu pai para desposá-la, mas ela a nenhum desejava, por serem todos desgraciosos, fúteis e vaidosos, inchados de orgulho e rígidos em sua oca presunção. Savitri disse, então, a seu pai:

- Eu mesma partirei em meu carro dourado de guerra, e não retornarei antes de encontrar meu marido.

E assim visitou cidades e vilas, mas os habitantes a temiam, de modo que decidiu entrar nas florestas em busca do seu companheiro. A carruagem foi abrindo caminho pela mata com violência; os pássaros saíam voando de medo, e quanto aos animais, alguns fincavam pé a observá-la, outros se escondiam atrás das pedras, ou em tocas, ou cavavam buracos e enfiavam-se dentro da Terra, e outros, ainda, ocultavam-se nas arvores e fechavam os olhos.

Savitri chegou aos retiros dos brâmanes e xátrias que haviam trocado o mundo pela floresta, e certo tempo depois voltou para Aswapati e disse:

- Eu o encontrei.

- Quem? - perguntou o rei.

- Satyavan - respondeu Savitri. - Como o Tempo tirou a visão do rei Dyumatsena, tornando-o cego, um inimigo arrebatou-lhe o trono de Salwa, e ele foi viver na floresta com sua esposa e seu único filho, Satyavan.

- Fico feliz disse o rei. - Começarei os preparativos; iremos juntos até ele.

Quando Savitri o deixou, Aswapati chamou seu ministro e perguntou:

- O que sabe de Satyavan?

- Majestade - respondeu o ministro, - ele nasceu na cidade de seu pai, mas, ainda bebê, foi levado para a floresta, onde vive desde então. E leal e bondoso, belo como a Lua, e possui o vigor e a energia do Sol. É generoso, cheio de coragem e paciente como a Terra. Possui apenas um defeito, e nenhum outro: dentro de exatamente um ano Satyavan morrerá.

Aswapati contou a Savitri o que descobrira e lhe disse:

- Mude de idéia. Não se case para a infelicidade.

Savitri replicou:

- Duas vezes não escolherei. Seja sua vida curta ou longa, já tomei Satyavan por marido em meu coração.

Aswapati viu que o coração da filha não vacilara. - Será então como diz. Amanhã iremos ter com Dyumatsena na floresta.

A pé, o rei levou Savitri ao eremitério de Dyumatsena, onde se sentou sobre esteiras de capim ao lado do monarca cego, debaixo de uma árvore, e pediu-lhe que aceitasse Savitri como filha.

- Como ela irá suportar viver na floresta? - perguntou Dyumatse na.

- Tanto ela como eu sabemos que a alegria e o pranto seguem seu curso onde quer que estejamos - disse Aswapati. - Saúdo-o em amizade. Não me desconsidere; não destrua minhas esperanças.

- Seja bem-vindo - disse Dyumatsena. - Abençoados sejam ambos.

Os dois reis consumaram o matrimônio de Savitri e Satyavan, e Aswapati retornou à sua cidade. Repleto de amor e graças a um casamento feliz, o ano restante da vida de Satyavan transcorreu rapidamente, e Savitri foi contando os dias, até que só restava o derradeiro. Na véspera da morte, ela passou a noite a observar o marido, até de madrugada.

Preparou-lhe uma refeição, mas ela mesma nada comeu, esperando a hora e o momento, e pensando: "Hoje é o dia".

Quando o sol estava a dois palmos de altura, Satyavan pôs o machado sobre os ombros e partiu com Savitri floresta adentro para recolherem lenha. Cheia de doçura, ela o seguiu, sorridente, observando as nuanças do seu espírito.

Logo encontraram uma árvore caída. Satyavan pôs-se a cortar os galhos, mas tinha calafrios e estava encharcado de suor. Quando parou para enxugar-se, sentiu a cabeça latejar; a luz incomodava e fazia arderem seus olhos. Largou o machado e deitou-se no colo de Savitri para descansar.

Ao fechar os olhos, sua face retorceu-se e empalideceu por um momento. Logo a cor lhe voltou e, com a cabeça sobre a coxa da esposa, ele adormeceu serenamente. Savitri correu os dedos por seus cabelos úmidos. Mas sentiu que alguém a observava, e ergueu os olhos.

Um homem alto e encorpado fitava Satyavan com olhos escuros e fixos. Sua pele era verde-escura, ele trajava vestes rubras, e tinha uma flor vermelha nos negros cabelos soltos. Estava de pé a não mais que a distancia de um arco de Satyavan, segurando um pequeno laço de fibras douradas na mão esquerda e encarando firmemente o marido de Savitri, com um olhar de grande paciência e bondade.

Savitri depositou gentilmente a cabeça de Satyavan na Terra. O deus olhou para ela, mexendo a cabeça, mas sem mexer seus olhos escuros, e ela disse:

- Senhor Yama, eu sou Savitri.

Yama disse com brandura:

- Os dias da vida de Satyavan estão completos, e eu vim buscá-lo.

O Senhor da Morte estendeu a mão para o peito de Satyavan, do lado esquerdo, nas proximidades do coração, e arrancou fora sua alma, um ente não maior que um polegar. Amarrou-a em seu laço. Quando a alma havia sido tomada e agrilhoada, o corpo de Satyavan não mais respirou e tornou-se frio.

Yama se retirou para a floresta, mas Savitri seguiu-o, caminhando ao seu lado. Ele parou e disse:

- Volte e prepare o funeral.

- Ouvi dizer - respondeu Savitri - que você foi o primeiro homem a morrer que encontrou o caminho da morada que não pode mais ser tomada.

- É verdade - disse Yama. - Agora volte. Não pode seguir-me além daqui. Está livre de qualquer elo com Satyavan, e de qualquer compromisso.

- Todos os que nascem devem um dia segui-lo. Permita-me apenas ir um pouco mais, como sua amiga.

Yama estancou e, voltando-se lentamente, olhou para Savitri.

- Tem razão. Você não tem medo de mim. Aceito-a como amiga, e aceite também em troca uma dádiva minha a que eu lhe puder dar. Mas não posso devolver a vida a Satyavan.

A amizade só se consuma após sete passos dado junto - disse Savitri. - Que a cegueira de Dyumatsena o abandone.

- Já o abandonou. Agora volte, pois está cansada.

- Não, nem um pouco - disse Savitri. - Estou com Satyavan pela última vez. Dê-me permissão para caminhar com você mais um pouco.

- Eu a dou. Eu sempre tiro, e novamente tiro. É bom poder dar. Siga-me então, se quiser, e aceite outro presente meu, exceto aquele que não lhe pude dar da outra vez.

- Que Dyumatsena recupere o seu reino - pediu Savitri.

- Ele há de recuperá-lo - disse Yama. Prosseguiram ambos rumo ao sul, e os galhos e ramos pendentes se abriam para deixá-los passar, fechando-se em seguida. Chegaram a um riacho, e o Senhor da Morte deu de beber a Savitri da sua própria mão.

- Não é difícil dar - disse Yama. - Quando a vida é finda e, tudo precisa ser entregue, dar não é difícil. Durante a vida existe dor, mas nenhuma na morte. O que é muito difícil é encontrar alguém digno de receber. Ninguém me escapa. Eu já vi a todos. - Olhou para Savitri. - E, contudo... esta água não é mais límpida que seu coração. Você busca o que almeja, você escolhe e a questão se encerra; não deseja ser nenhuma outra pessoa. Há muito que não vejo isso. Faça-me outro pedido, tudo menos a vida de Satyavan.

- Que meu pai tenha uma centena de filhos.

- Ele os terá - disse Yama. - Mas peça-me algo mais, para si mesma, tudo menos a vida de Satyavan.

Savitri respondeu:

- Que eu também tenha cem filhos de meu marido.

Yama sentou-se na margem do rio, contemplando a água que fluía como uma serpente de prata.

- Sem pensar, você me respondeu. E falou a verdade. - Como há de ter filhos de Satyavan se ele está morto? Mas você não pensou nisso.

- Não.

- Sei que não. Mas eis que, não há mais vida nele; tudo está encerrado.

- Pôr isso, nada pedi para mim mesma, eu que estou metade morta, e não mais anseio sequer pelo céu.

Yama suspirou. - Sou perenemente imparcial para com todos os homens, e eu, mais do que ninguém sabe o que é a verdade e a justiça. Sei que todo o passado e todo o futuro são mantidos coesos pela verdade. O perigo dela foge e se esquiva. Quanto vale sua vida sem Satyavan?

- Nada, Senhor.

- Entrega-me metade de seus dias na Terra?

- Sim, eles são seus - disse Savitri.

Novamente os olhos fixos e impassíveis de Yama pousaram em Savitri. Por fim, ele disse:

- Está feito. Tomei os seus dias e dei-os a seu marido como se fossem dele. Quer que eu lhe diga o número desses dias?

- Não. Voltaremos agora?

O Senhor da Morte ergueu seu laço, e nele nada havia.

- A alma de Satyavan descansa com você. Terá de levá-la de volta você mesma.

Yama levantou-se e prosseguiu só, para o Reino dos Mortos, com um laço que nada continha. Quando Savitri deu a volta para retornar, um raio fulminante atingiu uma árvore perto de sua casa.

Era noite quando Savitri chegou, e o cadáver de Satyavan permanecia gélido ao luar. Ela sentou-se ao seu lado, com a cabeça do marido no colo, e sentiu a pele aquecendo-se ao contato do seu próprio corpo.

Satyavan abriu os olhos para ela, como alguém retornando de longa viagem olha o seu lar quando o vê novamente. Sentou-se, então, e disse:

- Passei o dia inteiro dormindo. Tive um sonho, e nele eu ia sendo levado embora.

- Isso já passou - disse Savitri.

- Não foi um sonho?

- É tarde. Eis que ali arde uma árvore para nos guiar de volta. - Ajudou Satyavan a levantar-se e a equilibrar-se, pondo os braços do marido em torno de seus ombros, e os seus próprios braços em torno da cintura dele. - Eu levarei o machado - disse ela -, e conversaremos quando estivermos em casa.

No eremitério, Dyumatsena alimentava o fogo com lenha e contava a sua mulher histórias de reis de tempos passados. Voltou-se para Savitri e Satyavan quando chegaram, e disse:

- Há estrelas em seus cabelos para meus novos olhos, e o ouro reluz do fogo que brilha em sua pele. Hoje eu recuperei a visão.

Sentaram-se, e Savitri disse:

- Yama veio para buscar o seu filho, mas partiu sem ele. Em sua bondade devolveu-lhe a visão, e em breve o seu reino, e também dará filhos a Aswapati e a nós. Fique, e eu prepararei a ceia.

Mas Dyumatsena pôs as mãos nos ombros da nora, e não permitiu que ela se levantasse, mas trouxe-lhe ele mesmo a comida. Ao terminarem, chegou um mensageiro de Salwa, e Dyumatsena disse:

- Se não for segredo, diga-nos por que veio.

- Não há segredo a guardar - disse o homem. -Venho da parte do ministro do rei, que manda avisar: "Majestade, com faca nova eu tomei a vida do rei ilegítimo, e os amigos dele abandonaram a cidade e não ousam olhar para mim. Guardo-lhe o reino com estas mesmas mãos. Aja agora como julgar melhor".

- Esta é minha história, princesa - encerrou Vyasa.