domingo, 29 de novembro de 2009

Conversas com a Mãe Mirra Alfassa

O amor humano e o amor Divino

O amor é uma das grandes forças universais; existe por si mesmo e seu movimento é livre e independente dos objetos nos quais e através dos quais se manifesta.
O que você chama de amor, e pensa ser uma coisa individual e pessoal, é apenas sua capacidade de receber e manifestar esta força universal. Ele não é uma força inconsciente; é um poder sumamente consciente.
O amor é universal e eterno; está sempre se manifestando e sempre idêntico na sua essência. O amor, a força eterna, não tem apego ou desejo, não tem fome de posse nem ligação egoística;é, no seu movimento puro, a procura da união do ser com o Divino, uma procura absoluta, indiferente a todas as outras coisas.
Para manifestar o amor Divino você deve ser capaz de receber o Amor Divino, pois somente podem manifesta-lo aqueles que por sua natureza são abertos a seu movimento natural.

Música para o amor Divino:

Tu És Minha Vida

Tomaz Lima Homem de Bem

Tú és minha vida, és meu amor
És a doçura que eu quero achar
Tú és minha vida, és meu amor
És a doçura que eu quero achar
Em pensamento provei teu nome
Em pensamento provei teu nome
Senti quão doce
Quão doce é

Somente sabe quão doce és
Somente sabe quão doce és
Sabe aquele a quem te revés
Sabe aquele a quem te revés


Bhagavad Gita

Krishna fala para Arjuna sobre o Amor Universal

17- Quem é sereno e equilibrado em face de amigo e inimigo, imperturbável em face de louvoures e vitupérios, em face de calor e frio, em face de prazer e sofrimento, livre de qualquer escravidão - este me é querido.



domingo, 22 de novembro de 2009

Conversas com a Mãe Mirra Alfassa

Do livro Conversas com A Mãe
Ainda falta tempo para o fim das forças hostis?

Quer a coisa a ser realizada leve milhares de anos ou apenas um ano, de acordo com a computação humana, se você for uno com a consciência Divina, não tem a mínima importância, porque então deixa de lado as coisas da natureza humana entra na eternidade da natureza Divina. Aí você escapa deste sentimento de extrema impaciência que obseda os homens, porque querem ver as coisas logo feitas. A agitação, pressa, inquietude, não levam a nenhum lugar. É espuma no mar; é uma ansiedade exagerada que não produz nada. Os homens têm a impressão de que se não estiverem correndo para lá e para cá, precipitando-se em acessos de atividade febril, não estão fazendo nada. É uma ilusão de ação é uma das maiores ilusões da natureza humana...Aqueles que estão correndo assim, de lá para cá, são instrumentos de forças que os fazem dançar para seu próprio divertimento. E elas não são nem mesmo forças de melhor qualidade.
Tudo quanto tem sido feito no mundo, o foi pelos poucos que puderam conservar-se em silêncio, fora da ação; porque são eles os instrumentos do poder Divino. Eles são os agentes dinâmicos, os instrumentos conscientes que fazem descer as forças que transformam o mundo. É assim que as coisas podem ser feitas, não por uma atividade irrequieta. Na paz, no silêncio e na tranqüilidade o mundo foi construído; e cada vez que algo tem de ser verdadeiramente construído, é na paz, no silêncio e na tranqüilidade que isto deve ser feito. É ignorância pensar que você deve correr de manhã à noite e trabalhar em toda sorte de coisas fúteis para fazer alguma coisa pelo mundo.
Basta você recuar destas forças turbulentas para regiões calmas, para ver quão grande é a ilusão. De lá, a humanidade parece uma massa de criaturas cegas, precipitando-se em todos os sentidos, sem saber o que fazem ou por que fazem, apenas chocando-se e tropeçando uns nos outros. E é isso que eles chamam de ação e vida! É agitação vazia, não é ação, não é a verdadeira vida.
Eu disse uma vez que para falar durante dez minutos, você deveria permanecer em silêncio por dez dias. Poderia acrescentar que, para agir utilmente durante um dia, você deveria ficar quieto por um ano! É claro que não estou falando das ações comuns do dia-a-dia qua são necessárias para a vida cotidiana, mas para aqueles que têm ou crêem ter alguma coisa a fazer pelo mundo. E o silêncio de que falo é a quietude interior que apenas têm aqueles que podem agir sem se identificarem com suas ações, submersos nelas, cegos e surdo pelo ruído e forma de seu próprio movimento. Conserve-se fora da ação; eleve-se até os cumes dominantes destes movimentos temporais, entre na consciência da Eternidade. Só então você saberá o que é a verdadeira ação.

domingo, 1 de novembro de 2009

Intuição


Intuição

A intuição é um poder da consciência que se aproxima muito mais do conhecimento original por identidade, pois é sempre algo que emana diretamente de uma identidade oculta. É quando a consciência do sujeito encontra a consciência do objeto, penetra-a e contempla-a, sente ou vibra em ressonância com a verdade daquilo com que entra em contato, que a intuição fulgura como um relâmpago do impacto desse encontro; ou então quando a consciência, mesmo sem um tal encontro, olha para si mesma e sente direta e intimamente a verdade ou as verdades que lá residem, e assim entra em contato com as forças que se ocultam por trás das aparências - também então ocorre o fulgurar da luz intuitiva; ou ainda quando a consciência encontra a Realidade Suprema ou a realidade espiritual das coisas e dos seres e efetua uma união de contato com essa realidade - também aí a centelha, o raio ou a chama da percepção íntima da verdade se acende em suas profundezas.
Existem intuições aparentes em todos os níveis do ser que não são intuições de maneira alguma, mas comunicações cuja origem, valor e caráter podem ser os mais variados.
A intuição examinada e liberada pela razão deixa de ser uma intuição e só pode ter a autoridade da razão, que não tem nenhuma fonte interior de certeza direta. Mas, mesmo que a mente se tornasse predominantemente intuitiva e tomasse por base de suas operações a sua participação nessa faculdade superior, a coordenação das suas cognições e atividades isoladas - pois na mente estas sempre apareceriam como uma séries de lampejos ligados entre si de maneira imperfeita - continuaria difícil enquanto a mentalidade não estabelecesse uma ligação consciente com sua fonte supra-racional ou não se elevasse a plano superior da consciência no qual a ação da intuição é pura e natural.
A intuição é sempre a ponta, o raio ou projeção de uma luz superior; é em nós uma lâmina que se projeta de uma longínqua supermente.

Fonte: UMA PSICOLOGIA MAIOR - Sri Aurobindo