sábado, 22 de agosto de 2009

Ganesha


Também chamado de Ganapati, o Deus da cabeça de elefante, da sabedoria, o removedor de obstáculos. Ele é filho de Shiva e Parvati.
Ganapati é muito querido na Índia toda e em todos os templos, existe uma imagem dele na porta do recinto. Ganesha é ligado as crianças, a inteligência, a comunicação, as forças intelectuais. Guia os homens e abre seus caminhos. É o pai da astrologia védica.
Existem diferentes versões relativas a sua criação e o porquê de sua cabeça de elefante. Alguns informam que foi criado por Parvati, outras, que é filho de Shiva, ainda que tenha nascido em sua ausência. A explicação mais popular a esse respeito é que Shiva o decapitou por não saber que era o seu filho e , mais tarde, ao conhecer a identidade de Ganesha, reparou o seu erro com o primeiro ser vivo que encontrou em seu caminho, um pequeno elefante.
Ganesha está sentado com um ratinho a seus pés simbolizando o domínio dos desejos e vícios da natureza. O rato é também o seu transporte. Em cada uma de suas quatro mãos, os símbolos de seus poderes: a swastica na palma da mão(proteção), o bolinhos de arroz(prosperidade), concha(tempo)e um pedaço de seu próprio dente, que serviu para escrever o épico Mahabharata, juntamente com Vyasa.
Festival de Ganesha na India - final de Agosto a inicio de Setembro


GANESHA

Ganesha Sharanam

Ganesha Sharanam Sharanam Ganesha

Eu me refugio em Ganesha.

Ganesha é o filho de Shiva que remove todos os obstáculos.

BIJ MANTRA “GAM” – O mantra semente “Gam”

Om Gam Ganapataye Namah !

Saúdo o Senhor Ganapati

sábado, 15 de agosto de 2009

Sri Aurobindo



Nasceu em Calcutá, Índia, no dia 15 de Agosto de 1872.
Permaneceu na Inglaterra dos 7 anos de idade até os 21 anos para estudar. Aprendeu diversas línguas.
Retornou a Índia em 1893, começou a procurar pela sabedoria e verdade do oriente. Aprendeu o sãnscrito e várias línguas indianas, e assimilou o espírito da civilização indiana, em todos os aspectos.Passou treze anos a serviço administrativos e educacionais para o Estado, tendo ficado uma grande parte deste período em silenciosa atividade politica.
Em 1906 assume abertamente o comando do movimento revolucionario para libertação da Índia.Foi processado três vezes, mas liberado por falta de provas.
Entre 1908 a 1909, foi preso pelo governo Britânico. Nesse período que Sri Aurobindo passou por uma série de experiências espirituais que determinou o curso de seu trabalho futuro. Foi solto e certo do movimento libertador da Índia.
Em 1910, viajou para Pondicherry, no Sul da Índia, para devotar-se totalmente à sua missão espiritual.Sri Aurobindo anteviu a possibilidade de uma vida divina na terra e lutou por ela. Durante 40 anos, em Pondicherry, permaneceu absorvido em seu trabalho espiritual, porem conservou-se a par de tudo o que estava acontecendo na Índia e no mundo.
Em 1958, aos 78 anos, deixou o corpo.

Seu trabalho espiritual tornou-se conhecido como
" O Yoga de Sri Aurobindo"
, porque , como ele dizia,
" Toda vida é Yoga"
- " Este Yoga significa não somente a realização de Deus, mas uma completa consagração e mudança das vidas interior e exterior, até que estejam preparadas para manifestar uma consciência divina e se tornar parte do trabalho divino."

"Se submetermos nossa vontade consciente permitindo que ela se unifique com a Vontade do Eterno, então, mas só então, poderemos alcançar a verdadeira liberdade".
Sri Aurobindo
Nascimento: 15/08/1872
Maha Samadhi: 05/12/1958

domingo, 9 de agosto de 2009

Lassi




Lassi

É uma bebida à base de iogurte e àgua e outros ingredientes para dar sabor.
É originada na região de ‘punjab’que fica entre Índia e Paquistão.


Iogurte natural
suco da fruta que você escolher (manga, morango, pêssego e etc...)adoce com
açúcar ou mel

Coloque o iogurte , suco e assim como o açúcar/mel num liquidificador e bata bem.
É só servir.

Outra receita

Receita do Lassi da Dona Ashima
• 1 copo de iogurte natural
• 2 colheres de chá de mel
• 2 vagens de cardamomo
• 2 colheres de sopa de água de flor de laranjeira

Leve tudo ao liquidificador, bata, coe e beba.

http://blogdoindra.com.br/indra/2009/03/12/receita-de-lassi/


Tchai

Bebida quente
Ativa o fogo digestivo(agni)

Ingredientes:
1 colher (sopa) de gengibre picado
2/3 de xícara de açúcar derretido
4 colheres (sopa) de cardomomos macerados
3 cravos
1 anis estrelado
1 pedaço de canela em pau
1 colher (sopa) de chá preto
1 litro de leite
300ml de água ou menos

Misture o açucar e as especiarias em um pouco de água e caramelize. Junte a água e deixe ferver por 5 minutos. Acrescente o leite. Quando estiver quase fervendo, acrescente o chá. É só sirva.


Outra receita de tchai
Ingredientes:

-Canela em pau;
-Sementes de cardamomo; -Gengibre; -Cravos-da-índia; -Pimenta-do-reino; -Um litro de água; -Leite a gosto; -Chá preto ou verde; -Açúcar ou adoçante;

Modo de Preparo
: Junte uma quantidade igual de canela em pau, sementes de cardamomo, gengibre, cravos-da-índia, pimenta em pedaços. Adicione 11 gramas dessa mistura num litro de água fervente e deixe por 20 minutos. Coe e bote o leite, que pode ser quente ou gelado, e o chá preto ou verde. Adoce ao seu gosto.


Mais uma receita de Tchai

Ingredientes

  • 1/2 litro de leite fervendo
  • 1/2 litro de água fervente
  • 1 colher de chá de canela em pó
  • 1 colher de chá de gengibre em pó
  • 1 colher de chá de cardamomo em pó
  • 1 colher de chá de cravo em pó (ou anis estrelado em pó)
  • 2 colheres de sopa de jarmim seco (para chá)
  • 2 colheres de sopa de açúcar mascavo

Modo de fazer:

  • Ferver meio litro de água, acrescentar o jasmim seco para chá e abafar;
  • Em um bule acrescentar as especiarias em pó, o chá coado, o leite e o açucar;
  • Mexer bem e servir imediatamente.

Ghi (ghee)



Ghi (ghee) ou manteiga clarificada é utilizada na Índia há milénios de anos tanto na culinária como nos tratamentos medicinais milenares. A Ayurveda, medicina tradicional indiana, o considera um Rasayana ou seja, um alimento que promove longevidade e rejuvenescimento.

Confecção do Ghi

1 panela de aço inoxidável de fundo grosso
1 colher de aço inoxidável
1 vidro com tampa para guardar
1/2 quilo de manteiga orgânica sem sal

Esterilize a panela, acolher e o vidro, com antecedência, mergulhando-se em água fervente. Derreta a manteiga na panela, em fogo baixo. Continue a aquecer a manteiga até a mesma comece a ferver suavemente, e uma espuma amarelo-clara surja na superfície. Não mexa a manteiga nem retire a espuma. Deixe a ghi cozinhar lentamente até que a espuma engrosse e desça para o fundo da panela, sob a forma de sedimento. Quando a ghi ficar dourada e começar a ferver, com apenas um leve resíduo de pequenas bolhas de ar na superfície, estará pronta.
Tire do fogo. Depois de esfriar, coloque o liquido no vidro esterilizado, deixando o sedimento no fundo da panela( o sedimento é comido tradicionalmente como um doce, misturando com açúcar mascavo).

Fonte: Livro - O caminho da prática - Bri maya Tiwari

Chutney de manga




1/2 xícara de água
1 colher de sopa de erva-cidreira
3 mangas maduras
1 xicara de tâmaras
1 colher de sopa de gengibre recém-ralado
1/2 xícara de passas umedecidas
2 colheres de sopa de ghi
1 colher de chá de canela em pó
1 colher de chá de cardamomo em pó
1/2 colher de chá de cravo em pó

Ferva 1/2 xícara de água e retire do fogo. Coloque 1 colher de sopa de erva-cidreira seca na água, cubra, e deixe decansar por 10 minutos. Coe e deixe de lado. Lave e descasque as mangas, corte-as em pedaçõs, e jogue fora os caroços. Coloque os pedaços de manga em uma tigela grande. Tire as sementes das tâmaras, pique em pedaços pequenos, e juntamente com o gengibre ralado adicione a manga e as passas.
Aqueça a ghi em uma frigideira e adicione os temperos em pó, mantendo a panela no fogo até a ghi começar a formar bolhas. Tire do fogo e derrame sobre a mistura de manga. Usando um coador de chá, derrame o chá de erva-cidreira sobre o chutney. use suas mãos, bem limpas, para misturar o chutney. Coloque tudo em um bidro limpo e guarde em local fresco. Use em uma semana no máximo, para que não estrague.



fonte: Livro -O caminho da prática - Bri Maya Tiwari

O Ser Psíquico



Ser psiquico e a Centelha Divina

Você disse que o ser psiquico é a mesma coisa que a centelha divina...

Não, eu nunca disse isso - seria bobagem: O Ser psíquico está organizado à volta da centelha divina. A centelha divina é única, universal , a mesma espécie em tudo. Você não pode dizer que é um ser - é o ser, se você quiser, mas não um ser. Naturalmente, se você remontar à origem, pode dizer que existe apenas uma alma, pois a origem de todas as almas é a mesma, assim como a origem de todo universo é a mesma, como a origem da criação inteira é a mesma. Mas o ser psíquico é um ser individual, pessoal, com sua própria experiência, seu prórpio desenvolvimento, seu próprio crescimento, sua própria organização. Só que esta organização é o produto da ação da centelha divina central.
A Mãe

“Todavia, ao falarmos destas coisas precisamos ter cuidado para não sermos
aprisionados pelas palavras que usamos. Quando falo do psíquico ou do espiritual,
quero falar de coisas que são muito profundas e reais por detrás da plana
superfície das palavras e que estão internamente conectadas mesmo em sua
diferença. Definições e distinções intelectuais são por demais externas e rígidas
para apreender a verdade verdadeira das coisas.”
A Mãe

EDUCAÇÃO - UM GUIA PARA O CONHECIMENTO E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DE NOSSO SER

a ciência de viver

Uma vida sem objetivo é uma vida sem alegria.

Tenham todos um objetivo. Mas não se esqueçam de que da qualidade de seu objetivo vai depender a qualidade de sua vida.

Que seu objetivo seja elevado e vasto, generoso e desinteressado; assim, sua vida se tornará preciosa para vocês mesmos e para os outros.

No entanto, qualquer que seja o ideal a que vocês se proponham atingir, vocês só poderão realizá-lo perfeitamente se realizarem a perfeição em vocês mesmos.

O primeiro passo neste trabalho de auto-aperfeiçoamento é tornar-se consciente de si, das diferentes partes de seu ser e de suas respectivas atividades. É preciso aprender a distinguir estas diferentes partes uma da outra, para que vocês se dêem conta claramente da origem dos movimentos que se produzem em vocês, dos impulsos, das reações, das veleidades diversas que os impelem a agir. É um estudo assíduo que exige muita perseverança e sinceridade; pois a natureza do homem, especialmente sua natureza mental, tem a tendência espontânea de dar uma explicação favorável a tudo o que nós pensamos, sentimos, dizemos e fazemos. Somente observando estes movimentos com muito cuidado, fazendo-os passar, por assim dizer, diante do tribunal de nosso ideal mais alto, com uma vontade sincera de nos submetermos a seu julgamento, é que podemos esperar educar em nós um discernimento que não se engana de modo algum. Pois se quisermos realmente progredir e adquirir a capacidade de conhecer a verdade de nosso ser, isto é, aquilo para que somos realmente feitos, o que podemos chamar nossa missão sobre a terra, precisamos, muito regularmente e muito constantemente, rejeitar de nós ou abolir em nós o que está em contradição com a verdade de nossa existência, o que se opõe a ela. É assim que pouco a pouco todas as partes, todos os elementos de nosso ser podem ser organizados em um todo homogêneo em torno de nosso centro psíquico. Este trabalho de unificação exige muito tempo para ser levado a algum grau de perfeição; assim, para realizá-lo, devemos armar-nos de paciência e perseverança, determinados a prolongar nossa vida tanto quanto for necessário para termos êxito em nosso empreendimento.

Ao mesmo tempo em que vocês prosseguem com este trabalho de purificação e unificação, é preciso dar bastante atenção ao aperfeiçoamento da pane exterior e instrumental de seu ser. Quando a verdade superior se manifestar, será preciso que ele encontre em vocês um mental rico e flexível o suficiente para ser capaz de conferir à idéia que quer expressar-se a forma de pensamento que conserve sua força e sua clareza. Este pensamento, por sua vez, quando quiser revestir-se de palavras, deve encontrar em vocês um poder de expressão suficiente para que as palavras revelem o pensamento e não o deformem de modo algum. E esta fórmula da qual vocês terão revestido a verdade deve ser manifestada em todos os seus sentimentos, todas as suas vontades, todas as suas ações, todos os movimentos de seu ser. Finalmente, estes próprios movimentos devem, por um esforço constante, atingir sua mais alta perfeição.


Tudo isto pode ser realizado com a ajuda de uma quádrupla disciplina cujas grandes linhas vão ser dadas aqui. Estes quatro aspectos da disciplina não excluem um ao outro, e podem ser seguidos ao mesmo tempo; de fato, é preferível que seja assim. O ponto de partida será o que pode ser chamado a disciplina psíquica. Damos o nome psíquico ao centro psicológico de nosso ser, a sede, em nós, da mais alta verdade de nossa existência, aquilo que tem o poder de conhecer e pôr em movimento esta verdade. É, portanto de importância capital tornar-se consciente de sua presença era nós, concentrarmo-nos nesta presença, até que ela seja um fato vivo para nós e possamos identificar-nos com ela.

Através do tempo e do espaço muitos métodos foram preconizados para obter esta percepção e finalmente realizar esta identificação. Certos métodos são psicológicos, outros religiosos, outros mesmo mecânicos. Na realidade, cada um deve encontrar o que melhor lhe convém; e se sua aspiração for ardente e tenaz, se sua vontade for persistente e dinâmica, é certo encontrar, de uma maneira ou de outra, exteriormente pela leitura ou pelo ensinamento, interiormente pela concentração, meditação, revelação e experiência, a ajuda de que se precisa para atingir seu objetivo. Só uma coisa é absolutamente indispensável : a vontade de descobrir e realizar. É preciso que esta descoberta e esta realização sejam a preocupação primordial do ser, a pérola de alto preço que se adquire custe o que custar. O que quer que vocês façam, sejam quais forem as suas ocupações e suas atividades, a vontade de descobrir a verdade de seu ser e de se unir a ela deve estar sempre viva e presente atrás de tudo o que vocês fazem, tudo o que vocês experienciam, tudo o que vocês pensam.


Para completar este movimento de descoberta interior, é bom não negligenciar o desenvolvimento mental. Pois o instrumento mental pode ser tanto uma grande ajuda quanto um obstáculo muito grande. A mentalidade humana, em seu estado natural, é sempre limitada em sua visão, estreita em sua compreensão, rígida em suas concepções. É preciso, portanto fazer um esforço constante para alargá-la, torná-la flexível e aprofundá-la. Assim, é muito necessário considerar cada coisa de tantos pontos de vista quanto possível. Neste sentido, existe um exercício que dá muita flexibilidade e elevação ao pensamento. É o seguinte: coloca-se uma tese, formulando-a claramente. Depois, opõe-se a ela sua antítese, formulada com a mesma precisão. Em seguida, por reflexão cuidadosa, é preciso ampliar o problema ou elevar-se acima dele, até que se encontre a síntese que una os dois contrários em uma idéia mais vasta, mais alta e mais abrangedora.

Muitos outros exercícios do mesmo tipo podem ser feitos; alguns têm um efeito benéfico sobre o caráter e têm assim uma dupla vantagem: a de educar o mental e a de estabelecer um controle sobre os sentimentos e suas conseqüências. Por exemplo, não se deve nunca permitir a seu mental julgar coisas e pessoas; porque o mental não é um instrumento de conhecimento; é impossível para ele encontrar o conhecimento, mas ele deve ser movido pelo conhecimento. O conhecimento pertence a um domínio muito mais elevado que o da mentalidade humana, bem acima da regar das idéias puras. O mental deve estar silencioso e atento, para receber o conhecimento do alto e para manifestá-lo; pois ele é um instrumento de formação, de organização e de ação; e é nestas funções que ele atinge seu valor pleno e sua real utilidade.


Um outro hábito que pode ser muito proveitoso para o progresso da consciência consiste - quando se está em desacordo com alguém sobre um assunto qualquer, uma decisão a tomar, um ato a cumprir - em nunca ficar fechado em sua própria concepção, seu próprio ponto de vista. Ao contrário, é preciso esforçar-se para compreender o ponto de vista do outro, colocar-se em seu lugar e, em vez de discutir ou mesmo brigar, é preciso encontrar a solução que possa satisfazer razoavelmente as duas partes: há sempre uma para pessoas de boa vontade.

É aqui que deve ser mencionada a disciplina do vital. O ser vital em nós é a sede dos impulsos e dos desejos, do entusiasmo e da violência, da energia dinâmica e das depressões desesperadas, das paixões e das revoltas. Ele pode pôr tudo em movimento, construir e realizar; mas pode também destruir e estragar tudo. Assim, talvez, no ser humano, ele é a parte mais difícil de disciplinar. É um trabalho de longo fôlego e de grande paciência, que exige uma sinceridade perfeita, pois sem sinceridade desde os primeiros passos nós nos iludiremos, e toda tentativa de progresso será vã. Com a colaboração do vital nenhuma realização parece impossível, nenhuma transformação impraticável. Mas a dificuldade é obter esta colaboração constante. O vital é um bom trabalhador, mas na maioria das vezes procura sua própria satisfação. Quando ela lhe é recusada totalmente ou mesmo parcialmente ele fica perturbado, mal-humorado e faz greve; a energia desaparece mais ou menos completamente e deixa em seu lugar repugnância por coisas e por pessoas, desencorajamento ou revolta, depressão e descontentamento. Nesses momentos é bom ficar quieto e recusar-se a agir; pois são os momentos em que se faz besteiras e onde em alguns instantes pode-se destruir ou pôr abaixo meses de esforços regulares e o progresso que resulta deles. Estas crises são menos duráveis e menos perigosas no caso daqueles que estabeleceram suficientemente o contato com seu ser psíquico, assim mantendo viva em si a chama da aspiração e a consciência do ideal a realizar. Com a ajuda desta consciência, eles podem lidar com seu vital como se lida com uma criança revoltada, pacientemente e com perseverança, mostrando-lhe a verdade e a luz, esforçando-se para convence-lo e acordar nele a boa vontade que por um momento esteve velada. Graças a esta paciente intervenção, cada crise pode ser mudada em um novo progresso, em um passo a mais era direção ao objetivo. Os progressos podem ser lentos, as recaídas podem ser freqüentes, mas mantendo uma vontade corajosa é certo triunfar um dia e ver todas as dificuldades se dissolverem e desaparecerem diante da irradiação da consciência da verdade.

Finalmente, é preciso, por uma educação física racional e que vê claramente, tornar nosso corpo forte e flexível o suficiente para que ele se torne no mundo material o instrumento apropriado da força de verdade que quer se exprimir através de nós.

De fato, o corpo não deve reger; ele deve obedecer; e por sua própria natureza, ele é um servidor dócil e fiel. Infelizmente, ele raramente tem a capacidade de discernimento necessária em relação a seus mestres, a mente e o vital. Obedece-lhes cegamente, em grande detrimento de seu próprio bem-estar - O mental com seus dogmas e seus princípios rígidos e arbitrários, o vital com suas paixões, seus excessos e extravasamentos, apressaram-se em destruir o equilíbrio natural do corpo e criar nele os cansaços, as exaustões e as doenças. E preciso tira-lo desta tirania, e isto só pode ser feito pela união constante com o centro psíquico do ser. O corpo tem uma notável capacidade de adaptação e resistência. Ele está apto a fazer bem mais coisas do que geralmente se pensa. Se, em vez dos mestres ignorantes e despóticos que o governam, ele for regido pela verdade central do ser, ficaremos maravilhados com aquilo de que ele é capaz. Calmo e tranqüilo, forte e equilibrado, ele poderá a cada minuto produzir o esforço que lhe for exigido, pois terá aprendido a encontrar o repouso na ação, e a recuperar, pelo contato com as forças universais, as energias gastas útil e conscientemente. Nesta vida equilibrada e sadia, uma nova harmonia se manifestará no corpo, refletindo a harmonia das regiões superiores, que dará a ele a perfeição das proporções e a beleza ideal das formas. E esta harmonia será progressiva, pois a verdade do ser nunca é estática; ela é o perpétuo desdobramento de uma perfeição crescente, cada vez mais total e abrangedora. Assim que o corpo tiver aprendido a seguir este movimento de harmonia progressiva, ser-lhe-à permitido, através de uma transformação ininterrupta, escapar à necessidade da desintegração e da destruição. Assim a irrevogável lei da morte não mais terá razão de existir.

Quando tivermos atingido este grau de perfeição que é nosso objetivo, perceberemos que a verdade que procuramos é constituída de quatro aspectos principais: o amor, o conhecimento, o poder e a beleza. Estes quatro atributos da verdade se expressarão espontaneamente em nosso ser. O psíquico será o veículo do amor puro e verdadeiro, o mental o do conhecimento infalível, o vital manifestará o poder e a força invencíveis e o corpo será a expressão de uma beleza e de uma harmonia perfeitas.


O Ser exterior(superficial)

A consciência exterior é a que normalmente se espressa na vida cotidiana. É a mentalidade, a vitalidade e a corporalidade exteriores. Não é muito ligada ao ser inteiror, exceto num pequeno número de pessoas - até que as duas coisas sejam ligadas no decorrer da sadhana.
O ser exterior é somente um meio de expressão, não é o nosso eu verdadeiro. Não devemos nos identificar com ele, pois o que ele expressa é uma personalidade formada pela antiga natureza ignorante. Quando não nos identificamos com ele, podemos mudá-lo de modo a expressar por meio dele a verdadeira personalidade interior da luz.

Letters on Yoga,
p.311
Fonte: Livro - Uma psicologia Maior de Sri Aurobindo

Eles(a mente, a vitalidade e o corpo exteriores) são pequenos, mas nem por isso deixam de ser importantes, em que pese a sua aparente insignificância- pois constituem uma passagem necessária, um meio de transmissão entre a alma e o mundo exterior.
Letters on Yoga, pp 311-12
Fonte: Livro - Uma psicologia Maior de Sri Aurobindo

domingo, 2 de agosto de 2009

Suryanamaskar


Suryanamaskar = Saudação ao Sol

Na India o Sol é considerado o Deus da Luz, do calor, fonte de vida e de energia.
Suas 12 posições correspondem ao movimento do Sol , do nascer ao pôr do sol.
Quanto mais frequente a prática, maior a manutenção da jovialidade do praticante.
Inicie com o minimo de 3 séries e depois vai aumentando as séries. Lembre sempre de respeitar seus limites.

Namastê!

EDUCAÇÃO - UM GUIA PARA O CONHECIMENTO E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DE NOSSO SER






NOTA INTRODUTÓRIA
EDUCAÇÃO é uma série progressiva de artigos, uma das poucas coisas que a Mãe formulou escrevendo. Neles expõe e clareia, numa linguagem simples, aspectos fundamentais da educação, em toda sua amplitude e profundidade, pondo cada um deles em correspondência imediata a dimensões e realidades constituintes do ser humano. Os artigos se originam de uma consciência escrupulosa, de um poder incomum de percepção e apreensão, sempre avançando até o cerne de cada problema e mostrando-o em sua essência, elucidando ao mesmo tempo detalhes, até sutis minúcias, e, no entanto, jamais perdendo a visão da unidade, do todo; e onde aponta deficiências, fraquezas, deformações, não se demora na franqueza detectora: logo dá o valor real, a figura original, a verdade da coisa em questão, ajudando a encontrar a resposta, a confiança que protege, a energia para ordem e construção, e tudo respira e irradia a certeza inabalável de que é para a Luz, a Plenitude, a União e a Verdade, que o homem, que nós, com o mais autêntico direito e dever, estamos caminhando.
A Mãe escreveu pouco. A maior parte de seu tempo era tomado pelo viver, pelo dar, pelo ser. Isto em todos os sentidos, abarcando e realizando em sua vida tremendamente complexa os
mais diferentes graus e níveis, estendendo-se do físico-instintivo até o espiritual-transcendental, incluindo e mesmo pondo em destaque o plano humano-intelectual. Durante muitas décadas – quase meio século - orientou e liderou a comunidade de Sri Aurobindo Ashram, assumindo todo tipo de problema: alimentação de bebês, exercícios físicos para idosos, encenação de peças de teatro, ensino de eletrônica, simbologia das cores, construção de casas, compra de máquinas, cultivo de verduras, planejamento urbanístico, a doutrina budista, perguntas sobre a origem da alma, o sentido da morte, a evolução do mundo, higiene do corpo, cozinha sadia, poesia, jardinagem, dança, tecelagem, fabricação de móveis e perfumes, técnicas para absorção da energia universal, contos para crianças, etc., etc.
Pode-se dizer que provavelmente não houve assunto da vida humana que não tivesse chegado até a Mãe, solicitando participação, ajuda, orientação, realização. E ela, com base em uma grande humanidade e humildade, e sustentada em seu viver a guiada por sua exclusiva entrega e incondicional obediência a poderes de consciência e amor supra-humanos, supramentais, divinos; respondeu a tudo, e uniu e fez crescer tudo. É esta força, esta consciência, este amor, este poder de união que nestes artigos se expressam e se colocam com grande simplicidade diante de nós. E a nós, diante disso, cabe uma só atitude: receber e agradecer.

REFLEXÃO PRELIMINAR
Há poucos meses conversei com estudantes de dança sobre a seguinte anotação de Franz Kafka: Pode-se perfeitamente admitir que a maravilha da vida, em toda sua abundância, esteja à disposição de cada um e sempre, porém oculta, na profundidade, invisível, bem longe. Mas ela existe lá, sem inimizade, sem estar surda, sem resistência. Chamando-a pelo nome certo, ela então virá.2 Perguntei a cada um o que para ele significava: a maravilha da vida. E logo a primeira resposta, de uma menina, foi: A maravilha da vida é poder ter um objetivo - não qualquer um, não qualquer coisinha, mas algo realmente válido, algo maior - e poder lutar por esse objetivo, lutar para alcançá-lo. E uma outra estudante disse: É a própria vida, quer dizer, a maravilha da vida é poder viver, ter esta existência; e perguntada se podia dizer algo mais, ela, colocando as mãos no peito, acrescentou: é eu sentir a chama acesa em mim, em minha vida, a chama que me faz ver o bom, que me faz confiar, ir adiante.
Logo a primeira resposta é como um intuitivo eco precedendo as palavras da Mãe que abrem este livro: Uma vida sem objetivo é uma vida sem alegria. Tenham todos um objetivo. Mas não se esqueçam que da qualidade de seu objetivo vai depender a qualidade de sua vida... Estas palavras são para nós de real valor - afirmam-nos em nossa direção. Sempre sentimos que o que devemos ao ser em desenvolvimento não é apenas dar liberdade e, em acréscimo (ou em proporção igual ou até maior, como é ainda muito o caso), fornecer um panorama e uma explicação de mundo convencionados, e possibilitar ao indivíduo ainda, eventualmente – como uma ajuda para a formação da personalidade – oportunidades e meios para externamente experimentar e pesquisar, e desta maneira conhecer, denominar um certo número de componentes de seu ser e identificar-se com eles. Achamos que educação seja mais. Achamos que a tarefa colocada para o educando pela atual educação – a tarefa de dever realizar, ao lado do livre crescimento subjetivo, uma formação-de-si e um conhecimento do mundo no nível da consciência coletiva comum - seja em si contraditório e, antes de tudo, insuficiente, por não atingir o ser em sua particularidade nem tampouco em sua totalidade; é necessário que ele busque e defina como um eixo para seu existir e evoluir, um sentido, um objetivo que não seja uma submissão a ideais-padrão universais, nem uma simples adaptação às perspectivas de vida estabelecidas e propagadas pela presente sociedade, e nem um fruto de solitárias e soltas imaginações, mas um objetivo fundado no que há de mais claro, mais genuíno, mais real na pessoa. E feito isto, o crescer não termina aqui, ele se estende para adiante: o indivíduo - ultrapassando o procurar e definir – deve começar a viver o objetivo escolhido. Para isto é indispensével que haja um conhecimento de si o suficiente fundo, corajoso e abrangedor para poder exceder a concentração na realidade subjetiva individual levando à compreensão e visão de que a existência do homem não tem fim em sua própria pessoa e esfera particular:
rompendo – perceptível ou imperceptivelmente - a todo momento esta esfera e seu ambiente imediato, ela se eterna e se irradia para dentro de âmbitos cada vez mais extensos, alcançando e influenciando dimensões e planos que a consciência externa não registra. Por outro lado é essencial que despertemos para o conhecimento de que o núcleo e a raiz de nossos poderes estão em nós mesmos. Não em nossas capacidades físico-vitais ou mental-racionais (estas têm fundamentalmente função instrumental), mas dentro de nós, na região das vivências não-exteriores, em camadas ocultas e ainda ignoradas ou em parte mesmo rejeitadas por nós. E no entanto é desta interioridade que nos vem o saber do que é puro, do que é sincero, e o que deve ser feito. Sem que tenhamos consciência direta disso, abarcamos dentro de nós uma infinidade – e somos capazes de tornar esta grandeza uma intensidade de vida concreta, um movimento palpável existencial: uma real força, um fato, um crescimento emanando-se para dentro do mundo.
Educar, podemos dizer, significa ajudar a acordar, ajudar a encontrar no próprio ser o ímpeto, a saudade, a vontade de movimentar-se e buscar e descobrir, de crescer, de progredir. E educar significa também aprender a lutar, aprender a intensificar a existência e a cumpri-la com decisão e consciência. Educar, basicamente, é ajudar a assumir a vida; é levar o ser a procurar e a aspirar à verdade, a sentir e chamar a luz e a força encobertas nele mesmo; fazê-lo perceber a grande possibilidade que a vida é, o que com ela recebemos, e aprender, conscientemente, a querê-la, vivê-la, dá-la.

Há duas só regiões onde procurar, e assim se coloca no princípio do caminho de busca a necessidade de uma primeira escolha, uma alternativa: posso procurar fora de mim, ou, em mim. Será que fora de mim - nas coisas e pessoas e acontecimentos, no mundo que integro e que me cinge - eu acho o que ainda não sinto e sei como meu, ainda não percebo como real em mim? De fato, é fora de mim que há mil movimentos, valores, sugestões e informações, forças e elementos, complementares e contraditórios, e especialmente enquanto pequeno eu vivo do receber: estou numa dependência praticamente absoluta daquilo que compõe meu imediato redor - é de lá, é do fora que vem o que me alimenta vem o que me abraça, o que me penetra, me constrói e deforma, assusta e alegra e, através das múltiplas experiências, me faz crescer. Mas existe - mesmo nesta dependência tão inteira - algo dentro de mim que atua por si, algo profundamente meu, algo em meu interior que, de início, me caracteriza e cunha, que faz minhas reações e respostas e também minhas necessidades e exigências serem particulares, típicas, distintas, individuais. E, à medida que vou crescendo, aquilo que há de mau próprio em mim, aquilo que me destina a ser um eu introcável, uma pessoa singular e um instrumento executor de uma determinação e missão únicas apronta-se cada vez mais para se expressar e manifestar-se e conduzir minha vida; e ao mesmo tempo recebo um número cada vez maior de influências de fora, influências cada vez mau diversas e mais absorventes, correspondendo a minha crescente necessidade de expansão e de alimento percepção existenciais. O modo em que as coisas de fora se colocam é forte e quase inevitável, é antes uma invasão e imposição do que uma aproximação, e são raras as vezes em que se estabelece uma real concordância mútua ou uma vibração idêntica entre mim e aquilo que vem, e menos freqüentemente ainda existe a possibilidade de livre escolha; o que cresce dentro de mim, por sua vez, é tão novo, tão fresco, tão tenro e – em contrário às coisas de fora – ainda imensamente mutável e assim pouco palpável tão pouco direto que um dedicado e consciente movimento de proteção e busca torna-se urgente: silêncios para escutar e perceber, um renovado e sempre mais inteiro ir para dentro, um viver dentro: eu preciso saber o que, no cerne, me constitui o que me faz existir, o que sou verdadeiramente eu.
Quando ainda pequenos todos nós temos, bem naturalmente, essa necessidade de ir para dentro buscando (uns com mais força, outros com menos) e lá sempre encontramos maravilhas, tesouros, coisas que nos deliciam e às vezes também nos assustam, mas sempre fascinando-nos e enchendo-nos – tornamo-nos identificados, ficamos encantados, transformados, e trazemos nossas riquezas para a superfície. Porém a atualidade que nos cerca é diferente e raramente sabe responder adequadamente ao que oferecemos e perguntamos e queremos, e antes não ouve, ou corta ou até destrói, ou interpreta erroneamente, ou, simplesmente, diminui e banaliza, ou indiferentemente tolera, o que nos é imensamente caro e importante. Assim, em geral, perdemos o estimulo, desaprendemos a irmos para dentro e a sermos psiquicamente despertos e espontâneos – engrossamos e endurecemos, adaptando-nos ao poderoso mundo exterior. Mais tarde, na adolescência, há normalmente um outro impulso de busca e entusiasmo, levando o ser a uma renovada abertura às dimensões interiores, e então acordamos mais uma vez entregamo-nos ao que é belo, ao que emociona, àquilo em que sentimos alguma força e grandeza. E possivelmente isto nos faz abrir-nos à arte, ou nos dedicamos a uma religiosidade intensa, identificamo-nos com um idealismo político, humanitário ou outro, ou ainda com alguma coisa diferente, maior do que nós. Mas depois esses movimentos tendem a se perder, pois a sinceridade que encontramos é pouca, pequenos são a compreensão e o esclarecimento que recebemos – são bem poucos os que nos respondem, que afirmam aquilo que estamos sentindo e querendo colocar em nossa existência como um componente real. Finalmente, no lutar com o mundo exterior-adulto e com a inevitável adaptação a ele, temos que colocar em planos cada vez mais relegados nossa procura da força e da luz que poderiam indicar fontes autênticas da vida, lembrar seu sentido e âmago, sua maravilha. Então parece que o "livre crescer e progredir”, como se poderia denominar uma das projeções destacadas da educação de nossa época, não é compreendido tanto como um fundamento e potencial dinâmico para uma realidade vivencial plena e elevada, mas muito mais apenas como um novo princípio e método educacional experimental a ser aplicado.
Sri Aurobindo constatou há seis decênios o domínio e peso do anual mundo exterior sobre nós: carregamos certamente um peso terrível de exigência, regra e lei externas, e nossa necessidade de auto-expressão, do desenvolvimento de nossa pessoa verdadeira, nossa alma real, nossa lei-de-natureza característica mais íntima na vida, recebe interferências era cada um de seus movimentos, é impedida, é forçada para fora de seu curso, é-lhe dada uma chance e extensão bem pobres através de influências ambientes. Vida, Estado, sociedade, família, todos os poderes que nos rodeiam parecem estar aliados para colocarem seu jugo sobre nosso espírito, para compelir-nos para dentro de seus moldes e impor sobre nós seu interesse mecânico e sua rude conveniência imediata. Tornamo-nos partes de uma máquina; não nos é permitido, ou dificilmente nos é permitido sermos no sentido verdadeiro, manusya, purusa, almas, mentes, filhos livres do espírito, equipados com os poderes de desenvolver a perfeição característica mais alta de nosso ser e fazer dela nosso meio de serviço à espécie. Parece realmente que não somos o que nós mesmos fazemos de nós, mas o que é feito de nós.3 Mas Sri Aurobindo não se satisfaz com uma simples constatação. Deduz desta situação existencial nossa uma exigência e tarefa a ser colocada para a educação: A educação da criança deveria ser um despertar e levar à realização tudo o que é melhor, mais poderoso, mais intimo e vivo em sua natureza.4 E com clareza absoluta ele vê e diz que nosso crescimento é expressamente individual, e que a educação não termina com a infância ou a adolescência, mas se estende para além, abrangendo a vida toda: O molde dentro do qual a ação e o desenvolvimento do homem deveriam ser fundidos é aquele de sua qualidade e poder inatos. Ele tem que adquirir coisas novas, mas ele as adquirirá da melhor maneira, mais vitalmente, com base em seu próprio tipo desenvolvido e em sua força original. E assim também as funções de um homem deveriam ser determinadas por sua tendência, talento e capacidades naturais. O indivíduo que se desenvolve livremente desta maneira será uma alma e uma mente vivas e terá um poder muito maior para o serviço à espécie.5
manusya - um homem, um ser humano (da raiz do verbo sânscrito man - pensar)
purusa - Alma, a Pessoa espiritual; o Si ou Ser consciente que por sua presença e seu consentimento mantém as operações da Natureza.

Com uma idêntica profundeza e nitidez, a Mãe vê a necessidade de o homem simultaneamente desenvolver sua particularidade e servir ao todo – o que significa a existência simultânea, a fusão de movimento individual e movimento coletivo, de diversidade e unidade – e que viver esta simultaneidade em uma harmonia crescentemente total é a própria tarefa e realização da vida humana, e o objetivo de nosso esforço para a perfeição: ...todos são um, tudo é um em sua origem, mas cada coisa, cada elemento, cada ser tem como missão revelar uma parte desta unidade a ela mesma, e é esta particularidade que deve ser desenvolvida em cada um, despertando ao mesmo tempo o sentido da unidade original. É isto que significa trabalhar para a unidade na diversidade. E a perfeição nesta diversidade está em cada um ser perfeitamente o que ele deve ser.6
Formulou-se com isto uma direção que aponta o objetivo essencial e a conseqüente tarefa da educação, a realização simultâneo de dois movimentos interligados: de um lado, o ajudar o ser a encontrar sua lei de crescimento característica e missão central e caminho, e a crescer de conformidade com eles; junto com isso, o fazê-lo ver e com força sentir a unidade que tudo forma, e como cada um de nós, integrando esta unidade, é um de seus múltiplos elementos, minúsculo em relação à imensidade do todo e no entanto indispensável para seu existir: pois a grandeza e o sentido e o poder complexos da unidade se originam justamente de sua constituição única, unindo uma infinidade de elementos característica e individualmente distintos entre si, entes não-estandartizados e não-massificados.
Vemos que para cada indivíduo coloca-se como trabalho primordial o descobrir-se a si mesmo, o concentrar-se na incontestável realidade das vivências interiores, o querer o movimento para dentro e o intensificá-lo, e a prontidão de silenciosamente escutar e, no íntimo, receber e saber. Só através disto pode cada um chegar a um conhecer-se mais total, a um ter-se, e ao afirmar o existir de dimensões outras - só através disto poderemos ver a necessidade de nos abrir a um além e de buscar a participação em uma vida maior, uma existência não fechada em torno do eu pessoal, sentindo com uma nitidez cada vez mais aguda a futilidade do predominante estar voltado para o bem e os males da própria pessoa. Pois cada um deve achar seu próprio lugar, o lugar que só ele pode ocupar no concerto geral, e ele deve dar-se inteiramente a isto, não esquecendo que está tocando apenas uma nota na simonia terrestre, e, no entanto, sua nota é indispensável à harmonia do todo, e seu valor depende de sua justeza.7
É à visão disto que a educação deve levar o educando - é a necessidade de construir a nossa unidade que deve vibrar na consciência e na vontade do educador, impulsionando e determinando sua ação. É assim que a base para um renascer pode ser colocada, um renascer da vida humana para fora de suas barreiras enrijecidas e armadas, para dentro de um novo grau e um novo sentido, tornando-se o homem outra vez criança, vivo e inteiro, novamente – e nascerá com a felicidade de poder evoluir e ser e agir.
Salvador, janeiro de 1974
rolf gelewski