domingo, 22 de novembro de 2009

Conversas com a Mãe Mirra Alfassa

Do livro Conversas com A Mãe
Ainda falta tempo para o fim das forças hostis?

Quer a coisa a ser realizada leve milhares de anos ou apenas um ano, de acordo com a computação humana, se você for uno com a consciência Divina, não tem a mínima importância, porque então deixa de lado as coisas da natureza humana entra na eternidade da natureza Divina. Aí você escapa deste sentimento de extrema impaciência que obseda os homens, porque querem ver as coisas logo feitas. A agitação, pressa, inquietude, não levam a nenhum lugar. É espuma no mar; é uma ansiedade exagerada que não produz nada. Os homens têm a impressão de que se não estiverem correndo para lá e para cá, precipitando-se em acessos de atividade febril, não estão fazendo nada. É uma ilusão de ação é uma das maiores ilusões da natureza humana...Aqueles que estão correndo assim, de lá para cá, são instrumentos de forças que os fazem dançar para seu próprio divertimento. E elas não são nem mesmo forças de melhor qualidade.
Tudo quanto tem sido feito no mundo, o foi pelos poucos que puderam conservar-se em silêncio, fora da ação; porque são eles os instrumentos do poder Divino. Eles são os agentes dinâmicos, os instrumentos conscientes que fazem descer as forças que transformam o mundo. É assim que as coisas podem ser feitas, não por uma atividade irrequieta. Na paz, no silêncio e na tranqüilidade o mundo foi construído; e cada vez que algo tem de ser verdadeiramente construído, é na paz, no silêncio e na tranqüilidade que isto deve ser feito. É ignorância pensar que você deve correr de manhã à noite e trabalhar em toda sorte de coisas fúteis para fazer alguma coisa pelo mundo.
Basta você recuar destas forças turbulentas para regiões calmas, para ver quão grande é a ilusão. De lá, a humanidade parece uma massa de criaturas cegas, precipitando-se em todos os sentidos, sem saber o que fazem ou por que fazem, apenas chocando-se e tropeçando uns nos outros. E é isso que eles chamam de ação e vida! É agitação vazia, não é ação, não é a verdadeira vida.
Eu disse uma vez que para falar durante dez minutos, você deveria permanecer em silêncio por dez dias. Poderia acrescentar que, para agir utilmente durante um dia, você deveria ficar quieto por um ano! É claro que não estou falando das ações comuns do dia-a-dia qua são necessárias para a vida cotidiana, mas para aqueles que têm ou crêem ter alguma coisa a fazer pelo mundo. E o silêncio de que falo é a quietude interior que apenas têm aqueles que podem agir sem se identificarem com suas ações, submersos nelas, cegos e surdo pelo ruído e forma de seu próprio movimento. Conserve-se fora da ação; eleve-se até os cumes dominantes destes movimentos temporais, entre na consciência da Eternidade. Só então você saberá o que é a verdadeira ação.

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